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Youtuber diz que rejeitou dinheiro para 'falar bem' da reforma do ensino médio

Felipe Neto, que tem mais de 8 milhões de inscritos em seu canal, afirma não fazer publicidade de maneira 'velada' em que precisa 'fingir que é 100% espontânea'

Por Isabela Palhares
Atualização:
Youtuber Felipe Neto disse ter rejeitado receber para 'falar bem' da reforma do ensino médio Foto: FELIPE NETO|TWITTER

SÃO PAULO - O youtuber Felipe Neto disse que foiprocurado e rejeitou fazer a campanha publicitária, encomendada pelo Ministério da Educação (MEC), para "falar bem" da reforma do Ensino Médio. O governo federal pagou R$ 295 mil para seis youtubers fazerem vídeos explicando e homenageando a proposta que altera o ensino nessa etapa - os vídeos não identificavam que o conteúdo havia sido patrocinado pelo MEC. 

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Em sua conta no Twitter, Felipe Neto disse que não faz campanha publicitária em que precisa "fingir que é 100% espontânea". Ele disse já cometido erros com publicidade no passado, ao fazer de maneira "velada". "Eu prefiro que meu público saiba que está vendo uma publicidade", disse. 

A explicação de Felipe Neto foi publicada nas redes sociais sexta-feira, 17, quando o MEC revelou o valor pago aos youtubers. 

Em nota, o MEC informou que Felipe Neto foi sondado pela agêndia Digital Stars, que trabalha com youtubers e que centralizou todos os contratos. Ainda segundo o ministério, o contrato faz parte de uma licitação assinada em setembro de 2013 com a Agência Escala Comunicação e Marketing, que contratou outros fonecedores.

A pasta disse não dispor de contratos entre a agência de publicidade e seus fornecedores. 

Os youtubers que fizeram os vídeos elogiando a reforma do ensino médio foram muito criticados nas redes sociais por não terem informado ao público que foram pagos pelo MEC.  Nos vídeos, há apenas uma notificação do próprio YouTube nos primeiros 5 segundos, com o aviso de "contém promoção paga" e a hashtag #publi na descrição. No entanto, não há nenhuma informação de que o conteúdo foi patrocinado pelo MEC. 

Em nota, o MEC informou que pagou os "influenciadores digitais" porque eles estão incluídos nas mídias digitais e complementam a estratégia de comunicação institucional para divulgação e esclarecimento sobre a reforma. "No caso do ensino médio, o público alvo da campanha de divulgação e esclarecimento é jovem. Pesquisas apontam que 92% de jovens de 15 a 25 anos, de todas as classes sociais, utilizam este tipo de mídia para se informar." 

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Apesar das críticas, o ministério informou que vai "manter sua estratégia de comunicação" com todas as mídias. "Obedecendo a preceitos legais e de efetividade na comunicação tais como jornais, rádios, televisão, portais de notícias, blogs e mídias digitais.

A pasta informou que apenas orientou aos youtubers o uso das hashtags #publi. "O MEC estranha a polêmica em torno da campanha com influenciadores, uma vez que as mídias digitais são uma realidade. É uma mídia legal, barata e eficiente para atingir o público-estratégico do Ensino Médio, que são os jovens", diz a nota. 

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