PUBLICIDADE

Vou x Não vou

Estudantes contam motivos para prestar (ou não) os vestibulares de inverno

Por Cristiane Nascimento
Atualização:

 

Não são poucas as universidades, sobretudo particulares, que oferecem vagas para diversos cursos no meio do ano. Conhecidos como vestibulares de inverno, esses processos seletivos dão aos estudantes uma chance a mais de entrar na faculdade ainda neste ano e dar adeus ao cursinho.

 

PUBLICIDADE

Enquanto uns enxergam esta oportunidade como uma forma rápida de dar início à vida acadêmica, outros preferem manter-se focados nas provas tradicionais oferecidas no fim do ano. Há ainda aqueles que já iniciaram uma faculdade e que perceberam que o curso não era exatamente aquilo que imaginavam. E diante da possibilidade de antecipar o início de uma nova fase, não hesitam.

 

É o caso de Beatriz Zaupa, de 18 anos. A jovem saiu do ensino médio direto para as aulas de Engenharia da FEI. Passados alguns meses, sentiu que não era a aluna ideal para o curso. "Não gostei das matérias e a carga horária era muito puxada", lembra.

 

Desde então, a estudante começou a frequentar o cursinho CPV. No próximo mês, Beatriz vai prestar Publicidade e Propaganda em algumas faculdades particulares, entre elas a ESPM e a PUC-SP. "Não vejo motivos para não participar dos vestibulares de inverno, já que as faculdades que quero oferecem essa chance."

 

Felipe Azevedo, de 19, tem avô e pai engenheiros. Ele se formou em 2010 e achava que a engenharia também seria seu destino. Prestou Poli, mas logo desistiu. "Descobri que o curso não tinha o meu perfil e que estava ali por influência da família", diz.

 

Felipe agora se prepara, no cursinho Objetivo, para disputar uma vaga em Administração na FGV e no Mackenzie. Ele acredita que sua experiência, aliada à menor concorrência, típica dos vestibulares de meio de ano, serão definitivas para o resultado final. "Como este é o segundo ano em que faço a prova da GV, tenho o conteúdo mais bem absorvido."

 

Não vou

Publicidade

 

 

Hoje Marcelo Motoki, de 20, sabe exatamente o que quer. Nem sempre foi assim. Depois de ter passado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco e pelo curso de Engenharia Química da Poli, o estudante pretende agora disputar uma vaga em Medicina na Fuvest e na Unifesp - ele quer continuar morando em São Paulo.

 

Em 2010 Marcelo ingressou na Sanfran e, já no fim do 1.º ano, concluiu que o curso não atendia aos seus anseios. "Me sentia um verdadeiro peixe fora d’água", afirma. "Ao mesmo tempo em que via meus colegas envolvidos com a área jurídica, sentia cada vez menos interesse pelas matérias."

 

Desistiu de Direito e foi para um cursinho. No último vestibular, passou para Medicina na Unesp e em Engenharia Química na Poli. Frequentou as aulas na USP por apenas dois dias, e desistiu de novo. Mudou-se para Botucatu, no interior paulista, para estudar na Unesp. Duas semanas depois estava de volta à capital. "A consciência pesou, porque havia ficado em 25.º na lista de espera da Fuvest", lembra. Depois de pensar bastante, Marcelo decidiu passar mais uma temporada no cursinho Objetivo e esperar pelos exames de fim de ano.

 

O estudante do Anglo Fabrício Fachini, de 18, também pretende manter-se afastado dos vestibulares de inverno. O principal motivo para isso é a pouca oferta de cursos de Medicina oferecidos por instituições públicas durante os meses de junho e julho.

 

Seu maior receio seria passar em uma faculdade privada agora e não se matricular por preferir uma universidade pública. Mesmo decidido, Fabrício sabe da possibilidade de isso acontecer e de, no fim do ano, não ser aprovado em vestibular algum. "Me arrependeria pelo resto da minha vida", brinca. A reprovação, por outro lado, lhe serviria como fator de desestímulo. "Prefiro não arriscar."

 

O jovem está focado nos vestibulares de verão. Pelo seus planos, fará os exames das federais do Sul, as públicas de São Paulo e algumas particulares, como a Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) e a Unicid.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.