PUBLICIDADE

Violência choca escolas da Alemanha

Episódio com estudante de 19 anos reaviva o trauma do Massacre de Erfurt, em 2002

Por Agencia Estado
Atualização:

A violência continua alarmante nas escolas alemãs. Um estudante secundarista de 16 anos se suicidou nesta quarta-feira após tentar matar uma professora e balear outra na perna, usando duas pistolas de seu pai, em uma escola de Coburg, no sul do país. Embora ainda não saiba o motivo do crime, a polícia acredita que o aluno esteja envolvido com práticas de satanismo. "O mais impressionante é que ele (o adolescente) era discreto e nem um pouco agressivo", frisou Monika Hohlmeier, ministra da Educação da Baviera. Pistola na mochila O crime foi cometido às 9h00 (horário local), quando o adolescente, identificado pela polícia como Florian K., vestindo roupas pretas, assistia à aula de biologia na Realschule II de Coburg (a 230 km de Munique), e tirou de sua mochila uma pistola. Após mostrar a arma aos colegas, que ficaram alarmados, Florian a apontou para a professora e disparou. "O tiro passou raspando. Por sorte, só acertou a lousa", disse Reinhard Mueller, chefe de polícia de Coburg. Após um segundo disparo, que novamente apenas acertou a lousa, a professora e os alunos fugiram da sala. Um deles, porém, foi retido pelo criminoso. "Ainda preciso de você", teria dito ele ao colega. Tiro na perna Em seguida, uma professora de psicologia aproximou-se de Florian para tentar tomar sua arma. Esta porém, disparou, acertando a perna da professora. Logo, o adolescente voltou para a sua carteira e tirou outra pistola (uma Magnum 375) da mochila. Em seguida, a apontou contra a própria cabeça e disparou, morrendo no local. O colega de Florian nada sofreu. A professora foi levada para um hospital. Livros sobre satanismo A polícia informou que a mochila do estudante é decorada com broches de bandas de heavy metal (rock pesado). Na casa do rapaz, também foram encontrados vários livros sobre satanismo. De acordo com a polícia, as armas usadas pelo estudante não lhe pertenciam. Ambas faziam parte da coleção de seu pai - sócio de um clube de tiro - e estavam trancadas numa sala de sua casa. "O que chama a atenção é que ele não apresentava qualquer sinal de transtorno mental ou revolta", disse a ministra Monika. Massacre de Erfurt O episódio de Coburg fez com que os alemães se lembrassem do pior homicídio coletivo depois da 2ª Guerra Mundial ocorrido na Alemanha. Em abril de 2002, Robert Steinhauser, um estudante de 19 anos que havia sido expulso do colégio Johann Gutenberg, em Erfurt (leste do país), matou a tiros 13 professores, dois colegas e um policial, e se suicidou. Pesquisa feita pela polícia alemã indicou que 5% dos estudantes do país são agressivos e que 1% ameaça seus colegas com armas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.