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Vestibulandos se reorganizam para provas

Adiamento do Enem e nova data do exame obrigam candidatos a redefinirem prioridades

Por Fabio Mazzitelli
Atualização:

Na noite de sexta-feira (9), a estudante Anelise Lopes, de 17 anos, quebrava a cabeça para solucionar um problema bem diferente daqueles que treinou nos últimos meses em simulados do cursinho que estuda para ingressar em Medicina. Na companhia da mãe, em casa, ela tentava organizar os dias que restam no calendário de vestibulares desarrumado após o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Inscrita em seis processos seletivos, todos de universidades públicas, Anelise reprograma-se e refaz prioridades, experiência pela qual passa a maior parte dos 4,1 milhões de estudantes inscritos no novo e turbinado Enem, que neste ano seleciona para vagas em universidades federais. Com o vazamento das provas, revelado pelo Estado, o Ministério da Educação adiou o exame no último dia 1º e o remarcou para 5 e 6 de dezembro, o que atrasou o cronograma de instituições federais e fez algumas das universidades mais disputadas do País, como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), abrirem mão das notas do Enem em seus vestibulares. Na visão da psicóloga Patrícia Mortara, professora da PUC e orientadora educacional do Colégio Santa Cruz, o calendário remexido equivale a uma antecipação de frustrações que, em geral, ocorrem no decorrer dos vestibulares. "Eles têm de aprender a lidar com essa frustração como com outras que terão na vida. Como querer entrar na GV ou na USP e não conseguir", exemplifica. Para Maria Lúcia Vasconcelos, ex-secretária de educação do Estado e professora do Mackenzie, este Enem está tornando-se apenas um "rascunho" do que se planejou. "Claro que o aluno fica inseguro. Estamos diante de uma situação em que tudo vai ser questionado. Está tudo sob suspeita."

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