Vestibulandos devem avaliar as faculdades, não apenas as carreiras

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Por Agencia Estado
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A universidade ou a faculdade na qual se vai estudar por quatro, cinco ou até seis anos não pode ser escolhida a toque de caixa. Os vestibulandos sabem disso e tomam suas precauções. Antes de optar por essa ou aquela instituição, eles procuram obter o máximo de informação. Buscam dados nos jornais, na internet, nos manuais, falam com estudantes e ex-alunos. Vários fatores pesam na escolha. O principal deles, para a maioria das pessoas, é a tradição, o nome, a imagem da faculdade no mercado. É o que leva em conta, por exemplo, a aluna do cursinho Objetivo Fernanda Rocha de Moraes, de 17 anos. Ela vai fazer exames em quatro faculdades de Direito: Universidade de São Paulo (USP), Mackenzie, Pontifícia Universidade Católica (PUC) e Fadi, de Sorocaba. Se alguém perguntar qual prefere e quais os motivos da escolha, ela não patina na resposta. ?Quero estudar no Largo São Francisco (USP), por causa de sua tradição e de seu renome?, diz. ?Além disso, essa é a melhor faculdade de Direito do Brasil. Nas provas da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que todo bacharel deve fazer antes de exercer a profissão, é a que tem mais aprovados. Cerca de 87% dos estudantes da USP passam no teste.? O aluno do cursinho Anglo Alexandre Canhisares Amadeu, de 20 anos, também fez sua escolha baseado nos quesitos boa fama e prestígio. Ele vai tentar a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) ? até pouco tempo, chamada apenas de Escola Paulista de Medicina. Prudente, Amadeu também usou critérios mais objetivos para fazer sua opção. ?A Unifesp tem um hospital conceituado e bem equipado, o São Paulo?, explica. ?Isso é fundamental para uma boa faculdade de Medicina. É no hospital que vamos fazer nossa residência, praticando o que aprendemos na sala de aula.? Igor Leonardo Padovesi Mota, de 17 anos, que se prepara para o vestibular no cursinho Etapa, se juntou a Amadeu na opção pela Unifesp. No seu caso, além do bom nome da universidade, ele parou para pensar em outras características que considera positivas na escola. ?Pelas informações que obtive, o ambiente e o clima entre alunos e professores é muito bom?, diz. ?Na Faculdade de Medicina da USP, há muita competição. Na Unifesp, por ser menor, as pessoas são mais unidas.? Para Maria Isabel Esteves, de 18 anos, aluna do Objetivo que vai tentar entrar no curso de Jornalismo na Cásper Líbero, o que mais pesou na escolha foi a boa estrutura da faculdade. ?Tem estúdio de TV, redação de jornal e laboratórios de fotografia. Além disso, os professores são muito bons. É uma das melhores faculdades de jornalismo do Brasil.? O físico Fernando Prado, diretor acadêmico da Fundação Vunesp, responsável pela organização do vestibular da Universidade Estadual Paulista (Unesp), acrescenta a todos esses motivos alguns cuidados que os futuros acadêmicos devem ter. ?O melhor caminho para escolher com acerto uma faculdade é procurar conhecê-la antes de fazer a opção definitiva?, aconselha Prado. ?Para isso, é importante visitar a universidade ou a instituição na qual se pretende estudar, em busca do maior número possível de informações sobre seus cursos, sua estrutura e seus professores, além de outros aspectos que considerar relevantes.? De acordo com Prado, uma boa faculdade é aquela que não apenas fornece o ensino, mas também se empenha em produzir e em guardar o conhecimento. ?Ou seja, a instituição precisa se destacar também na pesquisa e nos cursos de extensão?, explica o físico. ?Caso contrário, seu ensino pode ficar, em pouco tempo, obsoleto e livresco.? Segundo ele, esse requisito é atendido pela maioria das universidades públicas e por algumas das particulares mais tradicionais. Outra marca de uma boa instituição, ainda de acordo com Prado, é a oferta de uma ampla gama de opções dentro das principais áreas da ciência (biológicas, exatas e humanas). ?Quanto mais aberto o leque entre o conhecimento básico e o aplicado, mais completa será a formação do aluno?, diz Prado. ?Assim, uma universidade é boa em ciências biológicas, por exemplo, se oferece também cursos de Medicina e Enfermagem, porque nessas profissões se aplica parte do conhecimento biológico. O mesmo critério vale para outras áreas, de acordo com o físico.

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