Obras literárias de imortais da Academia Brasileira de Letras (ABL) como Aluísio Azevedo, Guimarães Rosa, Lygia Fagundes Telles e Machado de Assis vão estar ao lado do arroz, feijão, macarrão e latas de óleo nas cestas básicas, se depender do vereador paulistano Antônio Goulart (PMDB). Para ele, cada cesta que distribuída pela Prefeitura, Estado, indústrias ou por estabelecimentos comerciais a seus empregados virá com um livro de presente. Nesta semana Goulart apresentou projeto com esse teor na Câmara Municipal de São Paulo, imitando a idéia do Ministério da Educação, que cogita fazer o mesmo em todo o País. O vereador justifica explicando que o ser humano "não tem necessidade de alimento apenas para o corpo". Acesso "Muitas pessoas não lêem porque não têm acesso aos livros", diz. O trabalhador para quem será dada a cesta é analfabeto? "Sem problemas", responde o vereador. "Ele terá um filho que estuda e sabe ler ou pode dar o livro para algum amigo ou parente." Segundo o vereador, só quem tem ou teve uma cadeira na ABL vai poder estar na cesta básica. "É que tem muita coisa ruim por aí", explica. Ele garante que nem se preocupou com o eventual reforço no caixa das editoras que será gerado caso o projeto seja aprovado. "O custo também não será problema, porque um livro tem um valor bem menor do que a cesta básica", afirma Goulart. O texto vai passar agora pela análise das Comissões de Constituição e Justiça, Finanças e Educação da Câmara, devendo estar pronto para ser votado entre o fim de agosto e o início de setembro.