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Vaquinha de alunos mira competição mundial

Grupo da USP quer participar de torneio para carros de alto desempenho nos EUA

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Por José Maria Tomazela
Atualização:
Carro de corrida feito pelos estudantes de Engenharia da USP São Carlos, campeão da Fórmula SAE Brasil em 2016 e que vai para os Estados Unidos, disputar o campeonato mundial Foto: USP SÃO CARLOS/DIVULGAÇÃO

Um grupo de alunos de Engenharia da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos trabalhou um ano para desenvolver um carro de corrida de alto desempenho. O veículo chega a acelerar de 0 a 100 km/h em menos de três segundos – desempenho de uma Ferrari – e foi campeão brasileiro em 2016 na Fórmula SAE, voltada para estudantes. Mas eles querem provar que o veículo pode vencer o campeonato mundial da categoria. E, antes do torneio, têm outro desafio: arrecadar dinheiro para competir.  O campeonato será em maio, em Michigan, nos Estados Unidos. Os estudantes, porém, ainda não têm recursos para levar a equipe – e o carro – até a prova. O gasto total com a remessa do veículo e da equipe com até 20 integrantes beira os R$ 200 mil.  Para juntar o que falta, os alunos decidiram recorrer a uma “vaquinha” virtual. “Com o título de 2016, conquistamos a única vaga para equipe brasileira nessa competição internacional, que vai reunir 120 competidores do mundo todo. Já tínhamos conseguido a vaga em 2015, quando também fomos campeões nacionais, mas faltou dinheiro para a viagem. Foi um ano difícil para a economia e a USP trabalhou com orçamento muito apertado. Esperamos não ficar de fora neste ano”, disse Álvaro Costa Neto, professor que orienta a equipe.  A USP, diz ele, estuda a possibilidade de bancar o envio do carro e parte das passagens e hospedagem. A arrecadação virtual – no site vakinha.com.br – tem meta de arrecadar R$ 20 mil até 11 de abril. Até ontem, a arrecadação pela internet chegava a R$ 5,3 mil, pouco mais de 26% do total. O grupo também está atrás de patrocinadores.

Otimismo. Coordenador do projeto em 2016, o aluno do 5.º ano Álvaro Pádua conta que o modelo atual, feito com fibra de carbono e titânio, ficou 20 quilos mais leve e 10% mais potente que o anterior. Na pista, o carro é monitorado por um sistema de telemetria que informa as condições mecânicas e eventuais falhas no sistema elétrico. “Estamos fazendo campanha de arrecadação, rifa, mas se faltar a gente põe do bolso, não dá para perder outra vez”, diz ele, que está no projeto desde que entrou na USP. Segundo Pádua, a intenção da equipe é ficar entre as dez melhores do mundo, o que garante vaga no campeonato de 2018. “Acho que estamos no caminho certo.”

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