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USP, Unicamp e Unesp estudam a unificação de seus vestibulares a partir de 2004

Unificação permitiria aos estudantes pagar só uma taxa de inscrição e escapar da maratona de exames. Por outro lado, haveria uma só chande de se sair bem nas provas, com mais concorrentes

Por Agencia Estado
Atualização:

Um vestibular mais democrático, sem sistema de cotas e possivelmente unificado está em discussão nas três universidades estaduais paulistas. Em agosto, pró-reitores de graduação da USP, da Unesp e da Unicamp apresentarão uma proposta para mudar o sistema de seleção atual. A idéia é facilitar o ingresso dos estudantes da rede pública que têm capacidade de acompanhar uma universidade de ponta (sem paternalismo) e descomplicar a vida do vestibulando, que hoje faz um vestibular para cada instituição. Uma só chance "Estamos estudando a possibilidade de ter apenas um processo seletivo para as três universidades", afirma a pró-reitora de graduação da USP, Sônia Penin. "Mas temos de avaliar com calma os prós e os contras dessa mudança", alerta o diretor acadêmico da Vunesp - a fundação que faz o vestibular da Unesp-, Fernando Prado. Segundo ele, o tema é polêmico. "Temos de pensar nos estudantes. Se, por um lado, os gastos com inscrição e o desgaste físico e emocional diminuem, por outro, a probabilidade de acesso também sofrerá modificações", afirma. "Mas um exame único seria um avanço e o governo é simpático à unificação." 250 mil candidatos Prado afirma que a discussão da união dos três vestibulares começou em 1999 mas perdeu força no ano passado. "Agora ela foi retomada e, se avançar no segundo semestre, pode dar tempo de implementar a prova única já no fim do ano que vem." A previsão é que 250 mil estudantes façam o vestibular único. Enquanto não há uma decisão sobre a avaliação unificada, a Unesp já estuda mudanças para o seu processo de seleção. "Este pode ser o último vestibular com fase única da nossa instituição", afirma Prado. "No último ano, tivemos um crescimento de 11% no número de inscritos e, se continuar assim, não daremos conta de corrigir tanta prova." Com duas fases, a primeira poderia conter apenas testes. Sem cotas Para Sônia, esse é mesmo o momento de levantar alternativas para o vestibular. "Só não podemos nos esquecer que o ensino superior público tem a missão de formar os pesquisadores e os profissionais de maior competência do País", diz. "E, nesse sentido, a aprovação por mérito é fundamental." Assim, garante, a adoção do sistema de cotas nas três estaduais paulistas está descartado. "Não adianta selecionar um aluno que depois não conseguirá acompanhar bem o curso. Para acabar com a desigualdade de chances, temos de dar condições aos estudantes das escolas públicas durante o ensino médio." 4.º ano no ensino médio Entre essas ações, a pró-reitora defende mais horas de estudos. "Um quarto ano opcional na rede pública, que preparasse o jovem para o vestibular, por exemplo, seria um bom começo." A USP, afirma, já está fazendo sua parte. "Estamos capacitando 2.400 professores do ensino médio." Já a Unesp está estimulando a criação de cursinhos pré-vestibulares mantidos por seus universitários em todas as unidades. "E, após, o ingresso, temos de continuar dando apoio ao estudante carente", afirma. "Não adianta só facilitar a entrada, temos de garantir a permanência e, para isso, queremos ampliar o acesso à moradia estudantil, às refeições e às bolsas." Clique para ler mais no Exame unificado divide estudantes Novidades já em 2004 na UFRJ As mudanças nos últimos anos Ministro oferece uma sugestão atrás da outra ´Faltam colleges no Brasil´

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