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USP oferecerá habilitação em Língua e Literatura Coreana a partir de 2013

Curso de oito semestres terá, inicialmente, 15 vagas destinadas a alunos do período matutino

Por Agência USP de Notícias
Atualização:

No ano que vem, a carreira de Letras da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP oferecerá mais uma habilitação: Língua e Literatura Coreana. A novidade foi aprovada pelo Conselho Universitário no fim de junho, aumentando para 15 línguas – ou formações em linguística – as opções disponíveis para especialização dos ingressantes, que escolhem o foco de sua carreira no fim do ciclo básico, no primeiro ano do curso.O sistema de seleção entre os alunos para as vagas  é conhecido como “ranqueamento”, pois é partir de um ranking das notas obtidas nos dois primeiros semestres que os alunos têm prioridade para escolher a língua. “Por isso é muito importante dedicar-se firmemente no primeiro ano, para obter boas notas e assim alcançar a habilitação desejada”, aconselha Antônio Menezes, professor do Departamento de Letras Orientais da FFLCH e autor do projeto de criação da habilitação em coreano.

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Da optativa ao bacharelado

O curso com habilitação em coreano terá oito semestres, oferecendo inicialmente 15 vagas, para o período matutino. Menezes, no entanto, diz que haverá um acompanhamento da resposta dos estudantes. “Se notarmos que há uma demanda maior, poderemos propor o aumento do número de vagas para atender aos ingressantes de Letras e eventuais pedidos de transferência interna.”Ele conta que a vontade de criar a habilitação em coreano existe há muito tempo – o departamento oferecia cursos de difusão cultural desde 1990, os quais posteriormente, em 2006, tornaram-se disciplinas optativas de graduação.Alunos como Amanda Bueno, interessados pela Coreia, encontravam nas optativas a chance de contato com a cultura daquele país. A estudante está no 2.º ano e acabou escolhendo a habilitação em Japonês, mas confessa que, se estivesse disponível antes, teria escolhido o Coreano. “Embora o Japonês seja muito querido, seria algo bem novo para mim”, declara, ao contar que desde a infância admira a cultura nipônica. “O Japão acaba sendo uma porta para a Ásia.”Amanda gosta especialmente das novelas coreanas, que têm poucos episódios, e mostram um lado do cotidiano e hábitos da população que não se aprende na faculdade. “Na aula nós temos história, pois não aprendemos (na escola), e também muita gramática”, conta.Direto do Extremo OrienteYun Jun Im, professora visitante que atualmente ministra as disciplinas optativas de Coreano, explica que o conteúdo seguirá a grade padrão das línguas orientais, isto é, abordará língua, com peso maior (aproximadamente 70%), literatura – clássica e moderna, e cultura, que inclui história.“Idealmente a academia deveria estudar tudo, mas não é possível”, diz a professora. Ela destaca a importância da Coreia para o Brasil em três pontos: temos a segunda maior comunidade coreana fora do país de origem; há aqui uma grande onda de investimento produtivo, com empresas como Hyundai e Samsung formando polos industriais que demandam trabalhadores fluentes em coreano; e a expressão que a Coreia tem tomado no cenário cultural – como a explosão do movimento K-pop (abreviação do inglês para ‘Pop da Coreia’). E finaliza: “Em todos os aspectos é um paísinteressante de se estudar.”Para compor o quadro docente haverá contratação de dois professores doutores nos próximos anos.Os cursos, optativas e, agora, a habilitação são financiados também, desde 2005, pela Korea Foundation, organização do Ministério de Relações Internacionais da Coreia do Sul que promove intercâmbio cultural entre o país asiático e o mundo.O presidente da fundação, Woosang Kim, está no Brasil para a exposição O Espectro Diverso – 600 Anos de Cerâmica Coreana, do Museu de Arte de São Paulo (Masp), e participou de uma reunião com o reitor da USP, João Grandino Rodas, na última terça-feira, 14. Wim mostrou seu interesse em criar programas de bolsas de estudo. “Tenho uma profunda crença de que Brasil e Coreia, como potências emergentes da Ásia e da América do Sul, podem ser protagonistas nas relações regionais e internacionais através do status que possuem de ‘honest brokers’ (mediadores confiáveis)”, opina o presidente.Para ele, os emergentes podem ter uma influência mais positiva em outros países, se comparados com as grandes potências. “Para tirarmos o máximo proveito desse contexto, precisamos de uma compreensão profunda e mútua um do outro”, continua. É isso que ele, cientista político na era da globalização, espera com a habilitação:  “Está cada vez mais evidente que, enquanto as pessoas mantiverem contato cultural, os laços permanecerão firmes. Mesmo quando as relações políticas e econômicas se tornarem tensas”.

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