USP endurece regras de jubilamento de novos estudantes

Com mudança, prazo máximo de conclusão de cursos diminui; em Medicina efeito é contrário

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Por Davi Lira
Atualização:

Uma resolução da Pró-Reitora de Graduação da USP prevê a alteração das regras que estabelecem o prazo máximo para conclusão de curso de todos os alunos que ingressarem na instituição a partir de 2014. Se em grande parte dos cursos, como Administração e Publicidade, os atuais estudantes podem se formar em 4 anos (tempo mínimo) ou até em 7 anos, com a mudança, o prazo máximo de conclusão diminuiu. Passou a ser de 6 anos – dois semestres a menos.

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A norma estabelece agora que o “prazo máximo para integralização dos créditos será de no máximo, ‘1,5 n’, em que ‘n’ é o número ideal de semestres requerido pelo curso”. Por meio da fórmula, cada estudante pode consultar a modificação das regras do respectivo curso.

O endurecimento das regras de jubilamento – que impede ou dificulta a matrícula do aluno na instituição – atinge de forma drástica cursos da Escola Politécnica (Poli-USP). Os novos calouros das Engenharias terão de concluir os respectivos cursos idealmente em 10 semestres ou no prazo máximo de 15 – três semestres a menos que os atuais estudantes.

O prazo é considerado “preocupante” pelos alunos da Poli. “Por ser difícil, parte dos alunos só consegue concluir o curso em 7 anos. A medida que estabelece 7 anos e meio vai acabar prejudicando a permanência estudantil. Esperamos que a Comissão de Graduação do nosso curso não aprove essa mudança”, diz Rafael Auad, presidente Grêmio Politécnico.

Para o especialista em Educação Simon Schwartzman, presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), o aluno tem "obrigação" de cumprir os programas e tempo de estudos propostos pela instituição de ensino. "Certamente, se o alunos tivessem pagando ele poderia fazer o que quiser, mas eles estão numa instituição pública", fala Schwartzman.Medicina e Direito

Enquanto em grande parte dos cursos houve diminuição do prazo máximo de conclusão, em carreiras como Medicina e Direito – duas das mais concorridas – o efeito foi contrário. O aluno de Direito, que pode concluir o curso em 5 ou até 7 anos, com a nova regra o tempo máximo sobe para 7 anos e meio. Em Medicina, o acréscimo foi ainda maior, de 8 para 9 anos.

“O aumento no prazo não terá grande impacto. Aqui, raramente os alunos atrasam o curso”, diz Flora Goldemberg, de 20 anos, presidente do Centro Acadêmico de Medicina.

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USP

Consultada, a unviersidade disse que a resolução não visa à uniformização das regras. A instituição ainda reafirma que “esse novo prazo, que depende de cada curso, não vale para os atuais alunos e que a diferença de prazos de curso para curso está relacionada ao respectivo número de créditos que deve ser cumprido em cada um”. 

Nova resolução foi assinada pela pró-reitora da USP Telma Zorn (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

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