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USP é a 9.ª melhor universidade dos países emergentes

Brasil tem 14 representantes nos 200 primeiros; instituição chinesa está no topo da lista pelo terceiro ano seguido

Por Victor Vieira
Atualização:
Câmpus Butantã da Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste da capital Foto: Nilton Fukuda/Estadão

SÃO PAULO - A Universidade de São Paulo (USP) subiu da 10.ª para 9.ª posição no ranking de instituições de países emergentes, feita pela revista britânica Times Higher Education (THE), referência internacional de qualidade de ensino superior. No top 200, o Brasil tem 14 representantes, o melhor desempenho da América Latina, mas fica atrás de China (29), Taiwan (24) e Índia (16). 

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Depois da USP, as melhores colocadas da atual edição são a Universidade Estadual de Campinas, na 24.ª posição, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), na 43.ª, e a Universidade Federal do Rio de Janeiro, na 89.ª. As outras dez brasileiras no ranking são duas estaduais, duas particulares e seis federais. A campeã do ranking, pelo terceiro ano consecutivo, é a Universidade de Pequim, da China. 

As 200 instituições da lista deste ano são de 35 países - de 48 nações analisadas. Na edição anterior, apenas 100 universidades apareciam no ranking - o Brasil teve quatro representantes na ocasião. A Universidade Estadual Paulista (Unesp) na edição passada apareceu no top 100 em 97.ª. Agora está no 122.º lugar. 

Entre os 13 critérios analisados pela revista, estão o grau de titulação dos professores, o impacto das citações em publicações científicas, reputação e o nível de internacionalização das universidades. A primeira edição do ranking de países emergentes da THE foi divulgada em 2013. Naquele ano, a USP ficou fora do top 10, no 11.º lugar.

Desafios. Segundo Ellie Bothweel, da Times Higher Education, o resultado indica que o Brasil precisa de ajustes para se tornar mais competitivo nos próximos anos. "Diferente de China e Rússia, o governo brasileiro não tem uma visão nacional da educação superior dirigida a desenvolver o setor de pesquisa", afirma. "A crise econômica no Brasil será um desafio enorme para as universidades que estão enfrentando cortes de verba."

Além da falta de recursos, um entrave para alavancar as universidades locais, aponta Ellie, é a dificuldade de oferecer salários mais atrativos aos professores do ensino superior público, o que tem resultado em perda de talentos. O País, para ela, também não tem uma política de priorizar universidades top. A China, por exemplo, tem o objetivo de colocar seis de suas instituições no grupo de líderes globais de ensino superior até 2020. 

Em nota, a Unicamp classificou seu resultado como "muito positivo" e destacou o avanço da 27.ª para a 24.ª posição do ano passado para este. Ainda lembrou que outros países, como a China, têm feito esforços para que suas universidades tenham visibilidade internacional. Já no Brasil, diz a Unicamp, o foco é de ampliar o acesso. Segundo a instituição, ainda não há impacto da crise econômica nos desempenho, já que os indicadores usados são de 2013. 

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Em nota, a Unesp disse não caiu individualmente nos quesitos, mas, por conta das nova ponderações, ficou com uma nota inferior a no ano de 2014. Afirmou ainda que as universidades que compõem o ranking "não apresentam a diversificação de cursos que a Unesp apresenta: ciências agrárias, biológicas, humanas e exatas no Estado de São Paulo, fora da região metropolitana". 

Procurada, a USP ainda não se manifestou sobre o resultado. 

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