A Universidade de São Paulo (USP) investirá pouco mais de R$ 4,2 milhões nos próximos três anos para aprimorar o desempenho de atletas olímpicos e paraolímpicos. É a primeira vez que uma universidade pública colocará sua estrutura e produção científica a serviço do esporte. O Programa USP nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos – que incentiva e garante suporte técnico aos atletas e para-atletas – será lançado nesta sexta-feira, 3, às 17 horas, em cerimônia oficial, na sala do Conselho Universitário da USP.
A proposta tem como alvo atletas profissionais – especialmente estudantes da própria universidade – com dificuldades de acesso a equipamentos de treinamento, médicos e dentistas, a exames de ponta (como biomecânica) e orientação especializada sobre como melhorar seu desempenho na modalidade que optou treinar.
A universidade irá reformar e ampliar os centros de prática esportiva da Cidade Universitária, no Butantã, zona oeste da capital, e de Ribeirão Preto. Também irá oferecer avaliações clínicas, funcionais e clínico-funcionais, que incluirá até antidoping.
Veja também:
- Atléticas temem que alunos sejam excluídos
Em São Paulo, o alojamento, a raia olímpica e o tanque de saltos do Centro de Prática Esportiva da USP (CPEUSP) passarão por obras. Será construída uma Sala de Força para atividades físicas. A USP prevê, ainda, a concessão de 30 bolsas mensais no valor de R$ 700 e R$ 550 para atletas e talentos olímpicos e outras 30, no valor de R$ 300 cada uma, para estagiários de Educação Física atuarem como monitores. Serão aplicados R$ 360 mil em educação continuada, com a participação dos atletas e treinadores em simpósios e workshops.
Segundo Valdir Barbanti, coordenador-geral do projeto e diretor da Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto, “é pouco provável que a USP tenha muitos atletas olímpicos”. “Não é esse o perfil da universidade.”
Contudo, ele diz que as portas estarão abertas a profissionais com potencial para disputar um esporte nas Olimpíadas e Paraolimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Não há critérios de seleção, diz o coordenador. Mas a USP não irá se transformar em um centro formador de talentos. É preciso ser profissional. “Queremos a elite do esporte”, afirma Barbanti.
No site da USP, criado para a divulgar o projeto (http://www.olimpiadas2016.usp.br), o reitor João Grandino Rodas escreve que “as atividades acadêmicas não devem descuidar da realidade do mundo” e, em particular, dos Jogos Olímpicos. “Busca-se nas potencialidades e relações entre unidades de ensino e pesquisa soluções e ofertas inovadoras para o desenvolvimento olímpico e paraolímpico brasileiro”, diz a mensagem do reitor.
EM REAIS
2 milhõesserão aplicados em melhoria de infraestrutura, como reforma dos alojamentos e centros esportivos
972 milé o gasto com a concessão de bolsas de estudos para atletas, talentos e monitores em 3 anos
600 milserão usados para fornecer diagnósticos clínicos elaborados por meio de exames
360 milserão destinados à educação continuada (cursos e simpósios) de atletas e treinadores
300 milo valor será usado para compra de material usado nas avaliações, eventos e educação continuada