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Universitária faz greve de fome para poder se matricular

Por Agencia Estado
Atualização:

Impedidos de fazer a matrícula no quarto ano de direito da Universidade Paulista (Unip) de São José dos Campos, Vale do Paraíba, por estarem inadimplentes, os universitários Claudenice Aparecida Ribeiro, de 34 anos e Jorge de Brito, de 42 anos, iniciaram na última sexta-feira um protesto em frente ao fórum da cidade. Claudenice, que trabalha como autônoma, está em greve de fome desde a manhã de sexta-feira. Para fazer cumprir a liminar judicial que lhe dá o direito de fazer matrícula na faculdade, mesmo estando inadimplente, ela também se acorrentou a um poste. O outro universitário, que trabalha como enfermeiro, não pode entrar para a greve de fome, mas também está em frente ao fórum. Ambos não pagam as mensalidades há dois anos e meio, mas até o ano passado conseguiram cursar normalmente, tentando fazer acordos. "Perdi o emprego, fiquei grávida e não tive mais condições de pagar a mensalidade. Tentei todo tipo de acordo, mas como não houve, entramos nas justiças estadual e federal", afirmou Claudenice. A liminar para que os alunos continuassem estudando foi concedida pela Justiça de São José dos Campos em outubro do ano passado. "Mas até agora não foi cumprida. Gostaria que meu professor, o diretor do fórum, fizesse cumprir o que ele ensina na faculdade. Estamos cada vez mais decepcionados com a Justiça", desabafou Claudenice, referindo-se ao juiz José Loureiro Sobrinho, diretor do fórum de São José dos Campos. Apoio Chamando a atenção de quem passa pelo fórum, os alunos receberam apoio da população, de advogados e também de alunos e professores da própria universidade. "Muitos querem ajudar com dinheiro, mas a gente só quer que a Justiça faça cumprir a liminar que nos dá o direito de fazer a matrícula." O diretor da Unip, José Augusto Naser, informou na manhã de sexta-feira que a universidade cumpre a liminar que autoriza os alunos a assistir aula e ter o mesmo tratamento que os outros universitários que pagam as mensalidades. Disse, contrariando o afirmado pelos universitários, que a outra liminar judicial, que autorizaria os alunos a fazer a matricula, foi negada pela Justiça. "Nós estamos cumprindo as duas liminares, uma que os deixa assistir as aulas e a outra, que os impede de fazer a matrícula."

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