Universidades brasileiras caem em ranking internacional
Pela primeira vez desde 2013, o Brasil não tem nenhuma instituição nas dez primeiras posições
PUBLICIDADE
Por Isabela Palhares
Atualização:
SÃO PAULO - As universidades brasileiras caíram na avaliação de um dos principais rankings universitários e pela primeira vez, desde 2013, o país deixou de aparecer nas 10 primeiras posições de instituições mais prestigiadas dos países emergentes. O ranking é feito pela revista britânica Times Higher Education (THE), uma das principais referências em reputação acadêmica.
A Universidade de São Paulo (USP) era a única instituição brasileira que aparecia entre as dez primeiras, mas caiu da 9ª posição para a 13ª. A primeira edição do ranking de países emergentes da THE foi divulgada em 2013. Naquele ano, a USP ficou no 11.º lugar. Procurada pelo Estado, a USP não se posicionou até as 19h desta quarta-feira, 30.
PUBLICIDADE
Outras 11 instituições do Brasil também perderam posição no ranking. "O número de estudantes universitário no Brasil cresceu 60% entre 2005 e 2012, mas a realização não tem sido acompanhada no mesmo tamanho em financiamento. Há muito trabalho para ser feito para melhorar a qualidade e a relevância da educação", disse Phil Baty, editor da publicação.
O Brasil tem 20 universidades entre as 300 instituições avaliadas pelo ranking. No ano passado, quando a publicação incluia apenas as 200 melhores, o país tinha 14 entre as destacadas. "É uma boa notícia que 20 universidades brasileiras entraram para essa prestigiada lista - contra apenas 15 no ano passado -, mas é decepcionante que a maioria tenha perdido posição", disse Baty.
A China mais uma vez dominou o rankink, com seis instituições nas 10 primeiras posições e 52 no total.
Entre os 13 critérios analisados pela revista, estão o grau de titulação dos professores, o impacto das citações em publicações científicas, reputação e o nível de internacionalização das universidades.
As 20 melhores universidades brasileiras
1 / 21As 20 melhores universidades brasileiras
Times Higher Education
A revista britânica Times Higher Education (THE)lançou o ranking das melhores universidades dos países emergentes. O Brasil, pela primeira vez,deixou ... Foto: DivulgaçãoMais
251ª-300ª posição - Universidade Federal de Santa Maria
A Universidade Federal de Santa Maria entrou no grupo das instituições que estão entre a posição 251-300. Foto: Divulgação
251ª-300ª posição - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
A Universidade Federal do Rio Grande do Norte entrou no grupo das instituições que estão entre a posição 251-300. Foto: educação; universidades
251ª-300ª posição - Universidade Federal de Pernambuco
A Universidade Federal de Pernambucoentrou no grupo das instituições que estão entre a posição 251-300. Foto: Divulgação
251ª-300ª posição - Universidade Federal de Goiás
A Universidade Federal de Goiás entrou no grupo das instituições que estão entre a posição 251-300. Foto: Divulgação
251ª-300ª posição - Universidade Federal do Ceará
A Universidade Federal do Cearáentrou no grupo das instituições que estão entre a posição 251-300. Foto: Divulgação
251ª-300ª posição - Universidade Estadual do Rio de Janeiro
A Universidade Estadual do Rio de Janeiro entrou no grupo das instituições que estão entre a posição 251-300. Foto: Divulgação
251ª-300ª posição - Universidade Federal de Viçosa
A Universidade Federal de Viçosa entrou no grupo das instituições que estão entre a posição 251-300. Foto: Divulgação
188ª posição - Universidade Federal de Lavras
A Universidade Federal de Lavras caiu da 185ª para a 188ª posição, no ranking deste ano. Foto: Divulgação
183ª posição - Universidade Federal do Paraná
Pela primeira vez a Universidade Federal do Paraná entrou no ranking do Times Higher Education com as 300 melhores instituições de países emergentes. Foto: Divulgação
169ª posição - Universidade Estadual Paulista (Unesp)
A Unesp caiu da 122ª posição para a 169ª no ranking deste ano. Foto: TIAGO QUEIROZ|ESTADÃO
167ª posição - Universidade Federal do ABC
A Universidade Federal do ABC entrou pela primeira vez no ranking e alcançou a 167ª posição. Foto: Divulgação
160ª posição - PUC Rio Grande do Sul
A PUC Rio Grande do Sul caiu da 125ª para a 160ª posição no ranking deste ano. Foto: Divulgação
154ª posição - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul caiu da 130ª para a 154ª posição. Foto: Thiago Cruz/Divulgação
143ª posição - Universidade Federal de Santa Catarina
A Universidade Federal de Santa Catarina foi a única instituição brasileira que teve melhora no ranking neste ano. Ela passou da 148ª para a 143ª posi... Foto: DivulgaçãoMais
129ª posição - Universidade Federal de Minas Gerais
A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) caiu da 118ª para a 129ª posição. Foto: Divulgação
117ª posição - Universidade Federal do Rio de Janeiro
A Universidade Federal do Rio de Janeiro caiu da 89ª para a 117ª posição. Foto: Divulgação
89ª posição - Universidade Federal de São Paulo
Pela primeira vez no ranking, a Universidade Federal de São Paulo alcançou a 89ª posição - a quarta melhor entre as instituições brasileiras. Foto: Divulgação
55ª posição - PUC Rio
A PUC Rio caiu da 43ª posição para a 55ª. Foto: Divulgação
28ª posição - Universidade Estadual de Campinas
Segunda universidade brasileira melhor colocada no ranking, a Unicamp caiu da 24ª para a 28ª posição. Foto: RENATO PEREIRA/FUTURA PRESS
13ª posição - Universidade de São Paulo
Única instituição brasileira a já ter alcançadouma posição entre o top 10 dos países emergentes no ranking da Times Higher Education, neste ano, a USP... Foto: JOSE PATRICIO/ESTADÃOMais
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), segunda melhor instituição brasileira, de acordo com a revista, caiu da 24ª para a 28ª posição. Para Alvaro Crósta, coordenador geral da universidade, as oscilações são "naturais", mas disse que a queda está relacionada a queda de investimentos. "As universidades chinesas são as que mais têm se destacado e elas têm um investimento massivo de seu governo. Ao contrário da situação que vivemos no Brasil, com uma série de problemas no orçamento", disse.
Publicidade
Crósta afirmou que, para melhorar seu prestígio, a Unicamp precisa investir na internacionalização, atraindo professores e estudantes, e melhorar a visibilidade de sua produção científica. "São ações que demandam recursos e, nesse momento de crise, o que temos é destinado para suprir necessidades básicas, como o pagamento de salários. Não temos espaço para novos investimentos em ações de internacionalização", disse.
As universidades estaduais paulistas vivem uma grave crise financeira. A principal fonte de receita das três universitárias é a cota fixa de 9,57% da receita do Estado de São Paulo com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), tributo com a maior queda de arrecadação neste ano em função da crise econômica. Apenas o gasto com os salários de professores e técnicos já supera toda a receita vinda do Estado.
A Universidade Estadual Paulista (Unesp) também caiu neste ano da 122ª para a 169ª posição. No entanto, a instituição afirmou que a crise financeira não afetou "decisivamente" o posicionamento no ranking por ser muito recente. "Mas, nos próximos anos, se ela perdurar, é bem possível que repercuta nos indicadores acadêmicos", disse em nota a universidade.