Unicamp passa USP em ranking que mede prestígio das universidades

Entre as 50 instituições que estão na lista, 18 são brasileiras - cinco a menos do que no ano passado

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Por Luiz Fernando Toledo
Atualização:
Dezoito universidades brasileiras aparecem no ranking Foto: Antonio Scarpinetti/Divulgação

SÃO PAULO - A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) superou a Universidade de São Paulo (USP) e lidera o ranking das universidades mais prestigiadas da América Latina. A publicação da tradicional revista britânica Times Higher Education (THE) foi divulgada nesta quinta-feira, 20. Entre as 50 instituições que estão no ranking, 18 são brasileiras - 5 a menos do que em 2016. Além disso, 20 brasileiras tiveram queda em suas posições, incluindo instituições federais.

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Para o editor da THE, Phil Baty, o investimento em pesquisa nas universidades do Brasil é maior do que em outros países da região, mas baixo em comparação aos padrões internacionais. “Os salários dos pesquisadores também são muito baixos para os padrões internacionais”, avalia. É importante destacar, diz ele, que ganharam espaço a Colômbia e, principalmente, o Chile, “que ameaça a liderança do Brasil.” 

A USP não comentou a lista. O resultado foi recebido “com orgulho” pelo reitor da Unicamp, Marcelo Knobel.

Para Leandro Tessler, especialista em ensino superior, o resultado reflete um esforço de internacionalização da Unicamp. “Mas as duas universidades estão muito perto uma da outra. Em geral, as universidades estaduais (USP, Unesp e Unicamp) aparecem muito bem.” Entre as dez melhores aparecem também a Unifesp (7.º lugar), a UFRJ (8.º) e a PUC-Rio (9.º). A THE avalia ensino, pesquisa, transferência de conhecimento e perspectivas internacionais. 

Queda. Para a vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Vanderlan Bolzani, a queda das federais é sinal de que os cortes orçamentários do governo federal nos últimos anos estão, de fato, impactando a produção científica e acadêmica. “E se continuar como está, vão cair ainda mais.” A SBPC faz sua reunião anual em Belo Horizonte, na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que caiu quatro posições, de 7.º para 11.º. Para o reitor Jaime Ramírez, é cedo para dizer que é reflexo de corte orçamentário. “Os indicadores da UFMG melhoraram.”

Dentre as federais, só as paulistas (Unifesp, UFABC e UFSCar) não caíram. A Federal do Rio (UFRJ), que perdeu três posições, questiona os critérios usados na classificação.

O Ministério da Educação disse, em nota, que tem como índice oficial o IGC (Índice Geral de Curso), o CPC (Conceito Preliminar de Curso) e o Enade, todos do Inep, órgão ligado à pasta. “Não cabe comentar sobre metodologias não oficiais.”/COLABOROU FABIO GRELLET

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