Unicamp fecha convênio com a Universidade de Córdoba

Na semana passada, a universidade assinou um termo de cooperação com a Universidade de Buenos Aires (UBA) para intercâmbio de professores

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) fechou, nesta quinta-feira, um convênio com a Universidade de Córdoba, na Argentina, para o desenvolvimento de pesquisas na área de biologia. A parceria foi oficializada durante a 35.ª edição do Encontro de Reitores do Mercosul, na Unicamp. Participam do evento representantes de 15 universidades públicas, seis do Brasil, seis da Argentina, uma do Chile, uma do Paraguai e uma do Uruguai. Pesquisas em áreas de interesse comum, estratégias de cooperação e intercâmbio acadêmico foram alguns dos temas discutidos pelos reitores. Na sexta-feira, último dia do encontro, haverá um seminário para discutir políticas públicas de ciência e tecnologia nos países do Mercosul, às 9h. Segundo o secretário executivo da Associação de Universidades do Grupo de Montevidéu (Augm), Jorge Broveto, Uruguai e Paraguai não têm política consolidada voltada para o desenvolvimento científico e tecnológico. "O conhecimento é uma forma de transformar a sociedade e está estreitamente ligado à liberdade. O não desenvolvimento científico significa manter a dependência", enfatizou Broveto. Ele insistiu que os governos precisam "tomar consciência da importância do desenvolvimento científico". De acordo com o secretário da Augm, a associação não tem influência sobre os governos, mas pode apontar idéias e propostas. Para o reitor da Unicamp, Carlos Henrique de Brito Cruz, é importante criar uma rede de relacionamentos entre os países para facilitar a discussão. Cruz lembrou que o Brasil ocupa uma posição privilegiada em políticas públicas de desenvolvimento científico, citando os seis mil novos doutores que são formados por ano nas universidades do País. "Eles não se formariam se não houvesse essa política bem definida", defendeu. Segundo o reitor, há 40 anos o Brasil investe em formação de recursos humanos, desenvolvimento de estruturas acadêmicas de pesquisas e, de quatro anos para cá, em pesquisas dentro de indústrias em empresas. Broveti acrescentou que o conhecimento gerado nas universidades tem rápida aplicação e deve voltar-se para melhorar as condições de vida das pessoas. Intercâmbio de professores Para Cruz, o intercâmbio entre as universidades do Mercosul tem como regra gerar cérebros mais treinados e artigos científicos. Mas ele não descartou o desenvolvimento de novas patentes conjuntas. Na semana passada, a Unicamp assinou um termo de cooperação com a Universidade de Buenos Aires (UBA) para intercâmbio de professores. Um professor da Unicamp dará aulas na UBA e um da UBA na Unicamp, por um período de seis meses, previsto para começar no segundo semestre deste ano. As disciplinas terão como tema assuntos referentes aos respectivos países. Cruz lembrou ainda que estão em andamento seis projetos, em diferentes áreas acadêmicas, entre a Unicamp e universidades do Chile e da Argentina. Os convênios podem incluir intercâmbio de alunos. O reitor da Unicamp comentou que entre o ano passado e este ano, 120 alunos do Brasil, Argentina e Uruguai participaram de intercâmbios acadêmicos. A bolsa de estudos de um semestre custou US$ 1 mil por aluno. Dos US$ 120 mil investidos, US$ 50 mil foram custeados pela Organização dos Estados Ibero Americanos e o restante por fundos universitários. Para o próximo ano, conforme Cruz, a expectativa é de que 150 alunos dos três países participem do intercâmbio.

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