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UFSCar tem vaga para refugiado

Expatriados fazem ‘vestibular especial’, com inscrições que vão até o dia 27 deste mês

Por Isis Brum
Atualização:

A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a 231 quilômetros da capital, está com inscrições abertas para pessoas refugiadas ingressarem em uma das 38 graduações presenciais oferecidas no câmpus. O prazo para se inscrever termina no dia 27 deste mês. Desde o ano passado, a Pró-Reitoria de Graduação destina ao menos uma vaga em cada um dos curso para os expatriados.

 

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O interessado em ingressar na universidade deve enviar uma carta com aviso de recebimento (AR) à Divisão de Controle Acadêmico da Pró-Reitoria (Rodovia Washington Luis, km 235, CEP 13565-905, São Carlos-SP), informando a graduação que pretende cursar, com cópias do certificado de conclusão equivalente ao ensino médio com parecer de reconhecimento da Secretaria de Estado da Educação e comprovante da condição de refugiado expedido pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare).

 

Aqueles que não dispõem de comprovante de escolaridade poderão apresentar um atestado emitido pelo próprio Conare – pois a maioria dos exilados foge do País de origem sem nenhum documento que o identifique ou usa documentos falsos.

 

No dia 13 de outubro, será divulgará a lista de convocados e a data de realização de uma prova de caráter eliminatório. O exame avaliará conteúdos do ensino médio e tem uma nota mínima, definida anualmente por cada coordenadoria de graduação. Se a nota mínima não for atingida, o candidato será eliminado. A lista de aprovados será publicada no dia 15 de fevereiro.

 

De acordo com o Conare, há 4.305 expatriados no Brasil, de 76 nacionalidades diferentes. A maioria é de origem africana – ao todo, são 2.800. Considera-se refugiado os perseguidos por sua raça, grupo social, religião, manifestação política e nacionalidade.

 

De acordo com Cândido Pontes, diretor da Cáritas Diocesana do Rio de Janeiro, ONG ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o acesso à universidade é uma das melhores formas de integrar um exilado ao País. “Ele também precisa trabalhar para se manter e a formação universitária pode dar melhor condição de vida”, diz Pontes.

 

Coordenador do Conare, Renato Zerbini diz que as universidades têm autonomia para decidir abrir essas vagas especiais. “É uma decisão da Pró-Reitoria de Graduação”, explica. Além da UFSCar, somente a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a de Juiz de Fora (UFJF) oferecem vagas especiais para os refugiados no País.

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ORIGENS

 

4.305 refugiados vivem no Brasil e foram perseguidos por sua raça, religião, opinião política, nacionalidade e grupo social

 

76 nacionalidades e a maioria (2.800) tem origem africana

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