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UFMG administra uma das piores crises

Além de rolar dívida de R$ 3,5 milhões para 2004, universidade tem 50% da folha dedicados a inativos. Universidades paulistas querem recursos do funcionalismo

Por Agencia Estado
Atualização:

Administrando uma das piores dívidas entre as universidades federais, a professora Ana Lúcia Gazola, reitora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), vê urgência na busca de soluções para o orçamento, incluindo um eventual alívio de gastos com inativos. A UFMG dedica metade de sua folha de pagamento aos inativos. ?Esse índice de 50% é muito alto?, diz ela. Uma das maiores universidades do País, com cerca de 5 mil alunos, a UFMG tem orçamento total de R$ 480 milhões, dos quais R$ 400 milhões vão para a folha de pagamento. Desde agosto, a instituição não consegue pagar contas de água e luz. Segundo a reitora, pela primeira vez em 76 anos de história, a universidade terá de empurrar dívidas de um ano para outro. Cerca de R$ 3,5 milhões de gastos feitos este ano serão rolados para 2004. ?Falta dinheiro. O orçamento vem caindo muito, se analisarmos uma média histórica?, explicou. Ana Lúcia disse que, enquanto isso, gastos com serviços aumentaram. A despesa com segurança privada, por exemplo, cresceu este ano em R$ 1,2 milhão, após três assaltos a suas instalações. Paulistas As universidades estaduais paulistas gastam quase 30% da sua folha de pagamento com aposentados. ?É um peso muito alto que estamos tentando resolver de várias maneiras?, diz o reitor da Universidade de São Paulo (USP), Adolpho José Melfi. Segundo ele, as três instituições (USP, Universidade Estadual de Campinas e Universidade Estadual Paulista) requisitaram ao governo estadual que seja repassada a elas a arrecadação da nova alíquota de 5% que passa a ser cobrada dos funcionários públicos da ativa. O Estado deve receber R$ 500 milhões com a contribuição, que foi pedida pelo governo com a justificativa de cobrir um rombo na Previdência. Os reitores ainda não tiveram resposta do Palácio dos Bandeirantes sobre a requisição. De acordo com o reitor da Unesp, José Carlos Souza Trindade, o problema dos inativos nas universidades poderia ser amenizado também com a criação de um fundo próprio. A legislação, no entanto, só permite a criação de um fundo estadual, para todos os funcionários públicos. ?O professor se aposenta e acaba gerando um gasto em dobro, já que continuamos pagando a ele e ainda temos que contratar um novo para preencher seu lugar.? leia também Inativos custam 34% da folha das universidades federais

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