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Três gerações respondem a perguntas sobre a USP

Um ex-aluno, uma estudante atual da graduação e uma vestibulanda que pretende entrar na universidade responderam às mesmas perguntas sobre a instituição

Foto do author Renata Cafardo
Por Renata Cafardo
Atualização:

PASSADO

Renato Lima, ex-aluno da FFLCH e presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Foto: Danilo Ramos Foto: Danilo Ramos

1. O que a USP tem de melhor?

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A ideia de uma universidade pública criada para produzir conhecimento e formar lideranças com excelência acadêmica e profissional capazes de influenciarem no modelo de desenvolvimento do País.

2. Qual o maior problema da USP?

Uma universidade ensimesmada, que vive glórias do passado e, com raras e elogiosas exceções, se consome em disputas corporativistas e de posições políticas. 

3. Você é a favor ou não de cotas na USP e por quê?

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Sou a favor. Se queremos aliar meritocracia com equidade racial e social, as cotas são um instrumento poderoso de inclusão e transformação da realidade brasileira. Do contrário, não estaríamos falando de mérito, mas de reforço de desigualdades. 

4. Qual deve ser a maior preocupação do novo reitor? 

Diminuir os atritos internos e propor um novo e inclusivo projeto institucional, que seja pautado pela máxima transparência (não só da dimensão financeira) e pela ideia de que a universidade não pode viver isolada da sociedade. A Comunidade USP precisa criar a cultura da prestação de contas do que faz e do que gasta. 

5. Como você vê o futuro da USP?

Incerto. Se a USP olhar corajosamente para si e para a sociedade, tem todas as condições de continuar sendo um dos principais polos de conhecimento acadêmico do País. Mas se continuar olhando apenas para o umbigo, tende a perder protagonismo e ser cada vez mais questionada. Minha torcida é para que a primeira opção seja a escolhida.

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+++ Em eleição para reitor, USP discute desafios

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PRESENTE

Stefany Ohara, 19 anos, aluna do primeiro ano do curso de administração da FEA

Felipe Rau/Estadão Foto: Felipe Rau/Estadão

1. O que a USP tem de melhor?

Na USP, temos muitas oportunidades, podemos estudar no exterior, fazemos contatos. A partir do momento que você entra na USP, muitas portas se abrem, mas você tem que batalhar também para se desenvolver. 

2. Qual o maior problema da USP?

Acho que é a falta de transparência na administração. Poderia ter mais participação dos alunos nas decisões. Os estudantes não têm voz. 

3. Você é a favor ou não de cotas na USP e por quê?

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Estudei em escola particular, mas sou a favor das cotas. Não acredito na meritocracia. É muito evidente que quem estudou em escola pública tem uma perda histórica que precisa ser recuperada. 

4. Qual deve ser a maior preocupação do novo reitor? 

Melhorar a transparência e consolidar o sistema de cotas. Elas foram aprovadas e ainda estão começando, mas precisam funcionar bem , os alunos precisam ter apoio.

5. Como você vê o futuro da USP?

Acho que a USP está em declínio e vai depender muito do próximo reitor. Um visão nova pode melhorar muito a situação. 

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FUTURO

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Anna Luiza Smith, 18 anos, vestibulanda que concorre a uma vaga em arquitetura

Foto:Werther Santana/Estadão Foto: Werther Santana/Estadão

1. O que a USP tem de melhor?

A USP tem todo o seu pretígio, tem um ensino sensacional, reputação no exterior, qualidade de professores. Por isso dá tanta vontade de entrar nela. 

2. Qual o maior problema da USP?

Como mulher, sinto insegurança. Tenho medo de assalto, assédio e todo tipo de ataques a mulheres que já aconteceram na universidade. 

3. Você é a favor ou não de cotas na USP e por quê?

Sou a favor porque sou aluna de escola pública e, agora no cursinho, percebo quanto a gente perde a vida inteira.

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4. Qual deve ser a maior preocupação do novo reitor? 

Inclusão. As cotas vão ajudar, mas tem muita gente excluída da USP ainda. A USP é algo muito distante para a maioria dos jovens. 

5. Como você vê o futuro da USP?

Estou otimista. Eu veja a USP mais solidária, mais inclusiva. Acho que a nova geração de alunos vai mudar a USP. 

 

 

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