A trajetória de Inacio Figueiredo, de 47, é reveladora dos altos e baixos da Engenharia no País. Ele fez duas graduações simultâneas no Mackenzie, em Engenharia Mecânica e Metalúrgica. Foi gerente de uma fabricante de balanças, depois montou sua própria indústria de máquinas fatiadoras de frios. O mercado ficou ruim e ele vendeu a empresa. Trabalhou numa fabricante de veículos blindados antes de chegar a uma indústria de equipamentos para plataformas de petróleo. Passou por várias companhias e é capaz de discorrer com detalhes sobre risers (colunas gigantescas que envolvem a sonda de perfuração) e sistemas de bombeamento de fluidos. "Muitas pessoas que estão nesse mercado vieram do eixo industrial, como eu. Falta gente porque a formação em profissões técnicas foi desestimulada no passado." Inacio decidiu fazer um MBA em gestão e hoje trabalha como autônomo. Faz a supervisão de contratos firmados por prestadoras de serviços à Petrobrás. "O gerente de contratos faz o meio de campo entre várias empresas que se unem para atender às demanda das gigantes", explica.