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Tempo bem aproveitado

Universitários trocam estágio por atividades voluntárias; prática começa a ser valorizada em processos seletivos

Por Carlos Lordelo
Atualização:

Beabá. Carolina ensinou a Maria que escrever exige paciência

 

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A estudante de Administração da PUC-SP Carolina Rodrigues, de 20 anos, dedicou uma hora de todas as tardes de terças-feiras este ano para  alfabetizar uma funcionária da limpeza da universidade. Perda de tempo? Não para Carolina, que desde a escola procura fazer atividades voluntárias.

 

“É uma experiência gratificante, porque você faz a diferença na vida de alguém”, diz a professora do Projeto Alfabetização, da PUC Junior. “Alfabetizar a Maria, do Almoxarifado, foi como lhe apresentar um mundo novo.”

 

Prática comum entre os jovens americanos, o trabalho voluntário ainda não tem muito espaço na agenda de universitários brasileiros nem é algo de destaque no currículo, embora as empresas, aos poucos, comecem a prestar atenção nos candidatos a vagas de trainee e estágio que fazem esse tipo de atividade.

 

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- 'Voluntariado pega bem no currículo', diz professora

 

Nada disso desestimula gente como a aluna de Letras da USP Jéssica Oliveira, de 21 anos. Por seu trabalho na favela São Remo, vizinha à Cidade Universitária, ela passou quatro meses na Alemanha, com todos os custos pagos, conhecendo projetos de entidades civis.

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Voluntária do Projeto Alavanca, focado na formação de líderes comunitários, Jéssica voltou da Europa com a função de implantar em uma escola pública no Jardim Bonfiglioli, na zona oeste, a metodologia de ensino experimental.

 

“O voluntariado foi melhor do que se eu tivesse estagiado em uma editora. Aprendi muito mais”, diz.

 

Voluntário veterano. O bancário Hiroki Shimizu, de 30 anos, entrou para a Aliança Beneficente  Universitária (Abeuni) há 11 anos, quando era calouro de Publicidade e Propaganda da Cásper Líbero.

 

Hiroki hoje preside a entidade formada por cerca de 200 pessoas, entre universitários e profissionais de diferentes áreas. “Entrei na Abeuni procurando oba-oba. Mas a vivência na associação me ensinou a dar valor às coisas.”

 

A principal ação da entidade são as caravanas da saúde em regiões carentes da Grande São Paulo. Em parceria com prefeituras, os voluntários passam nove dias dos meses de janeiro e julho realizando atendimentos médicos, odontológicos e orientando a população sobre prevenção a doenças.

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