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Tarso quer opinião de empresário e trabalhador na reforma

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Educação, Tarso Genro, disse nesta segunda-feira que vai ouvir empresários e trabalhadores de fora do setor de ensino na discussão da reforma universitária. A idéia, segundo ele, é identificar as necessidades da sociedade sem ceder à pressão das corporações, ou seja, de professores, funcionários e estudantes. "A reforma é para a sociedade e não para a academia", afirmou Tarso, antes de apresentar o novo secretariado do Ministério da Educação (MEC) e o grupo executivo que vai tocar a reforma. O coordenador do grupo será o novo secretário-executivo do MEC, número 2 na hierarquia interna, Fernando Haddad. Bacharel em Direito e doutor em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), Haddad foi assessor especial do ministro do Planejamento, Guido Mantega, e secretário-adjunto de Finanças da Prefeitura de São Paulo. Com ele atuará o novo secretário de Educação Superior, o ex-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Nelson Maculan Filho. O grupo executivo da reforma é formado por dez pessoas: nove secretários e assessores de Tarso e uma representante do meio acadêmico - a presidente da Associação dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Wrana Panizzi. Idéias A primeira reunião do grupo ainda não tem data marcada. Sua tarefa inicial será ler e sistematizar diferentes propostas de reforma universitária já discutidas no meio acadêmico e por entidades como Andifes, União Nacional dos Estudantes (UNE), Andes (sindicato dos professores) e um grupo de docentes da USP liderados pela professora Marilena Chauí. "Tarso é um grande construtor se não de consensos, de hegemonias", disse o coordenador Haddad, enfatizando que a reforma terá como ponto de partida uma "perspectiva multisetorial". O novo secretário de Educação Superior, por sua vez, defendeu as avaliações dos cursos. "Tem que continuar. Avaliação não é para punir", afirmou Maculan. Favorável ao regime de cotas para ingresso no ensino superior, ele disse que a questão racial não é a única que deve motivar esse tipo de ação, lembrando que minorias como as populações indígenas também precisam ser atendidas. Maculan frisou, no entanto, que a política de cotas é uma ação de governo que extrapola a esfera de decisão de sua secretaria.

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