Tarso promete fechar cursos caça-níqueis

Ministro diz que negocia com Congresso mudanças para aperfeiçoar a MP do sistema de avaliação de cursos

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Por Agencia Estado
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O ministro da Educação, Tarso Genro, prometeu nesta quinta-feira comprar a briga com donos de faculdades de baixa qualidade para fechar cursos comprovadamente ruins, os chamados caça-níqueis. "Nosso objetivo é este: mais rigor e fechar instituições que não cumpram as finalidades para as quais foram fundadas", disse. Tarso negocia no Congresso alterações na Medida Provisória que acabou com o Exame Nacional de Cursos, o Provão, e definiu as linhas gerais de um novo sistema de avaliação do ensino superior. A idéia é aprimorar a proposta do antecessor, Cristovam Buarque, para dar mais objetividade ao sistema. Maior rigidez Recém-chegado ao Ministério da Educação (MEC), Tarso já conversou sobre o assunto com reitores e donos de instituições privadas. Disse ter ouvido queixas sobre discrepâncias nos critérios adotados pelas comissões de avaliação, que seriam mais "flexíveis" em alguns casos. Sua resposta a um deles, segundo contou, foi direta: "O que nós temos de fazer não é flexibilizar o critério para avaliar a sua (instituição), mas é maior rigidez nos critérios para avaliar as outras e, portanto, também a sua. É isso que cria condições de igualdade. E esse vai ser o método que nós vamos aplicar", contou Tarso, que não revelou o nome do interlocutor nem da instituição. Amostragem Tarso disse que o sistema estabelecido pela MP é um avanço em relação ao Provão, considerado insuficiente pelo governo para julgar a qualidade das instituições. Mas ele não descarta a hipótese de realização de prova por amostragem de alunos - no Provão, a totalidade dos formandos passava pelo teste. Ele acha necessário tornar mais clara a legislação que dá poderes ao governo para cassar a licença de cursos reprovados. "Estamos negociando com o Congresso um conjunto de modificações (na MP) para dar mais objetividade aos critérios. Aquele critério anterior de aferimento da universidade exclusivamente pelo aluno é arbitrário e tecnicamente insuficiente. Mas isso não quer dizer que não deva ocorrer", disse. UNE O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Gustavo Petta, esteve com Tarso. A partir de março, a entidade vai promover debates e manifestações de rua em torno da reforma universitária. Crítica do Provão, a UNE apoiou as mudanças definidas pela MP. "O foco deve ser a instituição como um todo e não apenas seu produto, o aluno", disse Petta. Ele admitiu que a MP é vaga. "Sua essência, contudo, precisa ser mantida."

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