Simulado 'Estadão.edu' - Geekie é amostra de ensino adaptativo

Modelo que começa a ser usado em escolas permite customizar conteúdo para cada aluno

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Por Carlos Lordelo e Luis Lima
Atualização:

O estudante Gabriel Gomes, do 2º ano do ensino médio na Escola Técnica Estadual (Etec) Capela do Socorro, zona sul de São Paulo, tem dificuldades em energia térmica, conteúdo da física que envolve fórmulas. Para resolver problemas sobre a quantidade de calor de um sistema, ele usa uma plataforma digital com exercícios que o orientam a trabalharcom foco em suas dificuldades e conteúdos multimídia que acompanham seu aprendizado. Desenvolvida pela Geekie, empresa de tecnologia aplicada à educação, a plataforma é uma ferramenta de ensino adaptativo, assim como o simulado online do Enem criado pela startup em parceria com oEstado – gratuito, o exame será realizado em 6 e 7 de outubro e já está com as inscrições abertas, no site www.geekie-estadao.com.br. Com a plataforma da Geekie, alunos da Etec Capela do Socorro têm autonomia para escolher os tipos de conteúdos e linguagens que fazem mais sentido para eles, nas disciplinas de Matemática e Língua Portuguesa. “Gosto de aprender com os vídeos. Os personagens não são formais, são como amigos”, afirma o aluno Bruno Aoyama. A Etec Takashi Morita, em Santo Amaro, zona sul, tambémadotou a ferramenta. Lucas Borges, que cursa o 3º ano do ensino médio, conta que estudar com ela é bem mais divertido do que o ensino tradicional. “A plataforma é interativa, e está me ajudando a me preparar para o vestibular.” O diretor da Takashi Morita, Wilson Shitabata, aprova o uso da ferramenta. “A partir dos resultados dos exercícios, educadores têm acesso ao desempenho dos alunos em cada disciplina e tema estudado, e podem pensar em metodologias adequadas a cada perfil de estudante.” Considerar as diferentes maneiras como cada aluno aprende é o objetivo do ensino adaptativo. Nesse modelo, o conteúdo é customizado, ajustado às especificidades de aprendizagem dos estudantes. Segundo especialistas, iniciativas como a do simulado, ainda muito incipientes no Brasil, poderiam ajudar a expandir modelos que vão na contramão do ensino massificado. “Há pouco tempo, a ideia de individualizar o ensino era uma utopia. Hoje, com a tecnologia, há mais oportunidades para personalizar a educação”, afirma Farb Nivi, fundador da Grockit, empresa americana que oferece produtos e serviços a mais de 2 milhões de alunos. A coordenadora da cátedra Unesco de tecnologias da informação e da comunicação (TICs) na educação, Rosa Vicari, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), acredita que a tecnologia pode maximizar os benefícos do modelo. “O ensino adaptativo possibilita a um grande de número de alunos se desenvolverem em seu tempo e de acordo com a forma que aprendem melhor.” O Núcleo de Tecnologia Digital Aplicada à Educação da UFRGS criou, há dois anos, um projeto pioneiro, que recomenda conteúdos a partir do domínio de competências do aluno. “A aprendizagem é adaptada ao modelo cognitivo do aluno”, diz Patrícia Behar, coordenadora do núcleo.

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