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Servidores universitários do Rio vão discutir greve

Representantes de 23 sindicatos e associações de servidores estaduais do Rio se reuniram nesta sexta-feira e decidiram fazer uma assembléia - que deve ocorrer no dia 16 - para votar a proposta de greve geral no Estado. Os funcionários querem protestar contra o atraso do pagamento dos salários

Por Agencia Estado
Atualização:

Representantes de 23 sindicatos e associações de servidores estaduais do Rio se reuniram nesta sexta-feira e decidiram fazer uma assembléia - que deve ocorrer no dia 16 - para votar a proposta de greve geral no Estado. Os funcionários querem protestar contra o atraso do pagamento dos salários. Em uma reunião no Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Rio (Sind-Justiça), cerca de 60 representantes decidiram também formar uma comissão jurídica para estudar a possibilidade de ações judiciais contra o Estado. "Tivemos nossos direitos desrespeitados e queremos achar formas de que isso seja revertido", afirmou Elizabete Craveiro Rodrigues, vice-presidente do Sind-Justiça. A governadora do Rio, Rosinha Matheus, disse nesta sexta-feira que já começou a pagar os funcionários que ganham até R$ 500 e que pretende parcelar o 13º, mas não deu prazo. "Minha preocupação são famílias que dependem dos seus salários. Não fui a causadora do não-pagamento. Pelo contrário, lutei com as minhas forças para que o desbloqueio pudesse ter acontecido para iniciar o pagamento", afirmou. Para a representante dos servidores, o parcelamento de salários não é aceitável. "Queremos que o Estado deixe de atrasar os nossos pagamentos, e a governadora já está dando indícios de que vai continuar parcelando também os futuros salários", atacou Rodrigues. Funcionários da Uerj entram em greve Nesta sexta-feira, os 2.117 funcionários da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) entraram em greve. Eles paralisaram todas as atividades da universidade e 70% dos serviços do Hospital Universitário Pedro Ernesto. Cerca de mil pessoas deixaram de ser atendidas. Apenas as visitas e alguns serviços emergenciais foram mantidos nesta sexta no hospital. Muitos pacientes apareceram no hospital em busca de atendimento médico. "Eu tinha ouvido no rádio sobre a greve, mas como meu exame estava marcado para hoje decidi aparecer e ver se conseguia ser atendida", disse a doméstica Inês Maria da Silva, que tem uma cirurgia marcada para o próximo dia 15, mas teve que voltar para casa sem atendimento. O mesmo aconteceu com Simone Ferreira da Costa, que levou a filha recém-nascida ao hospital. "Ouvi que eles estavam aceitando os casos de emergência. Então, como minha filha nasceu prematura, achei que conseguiria ver um médico", disse a dona-de-casa. A paralisação também prejudicou quem buscava informações no hospital. Aluna do curso de fisioterapia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Caroline Passarinho foi nesta sexta até o hospital para saber o resultado de uma seleção de estagiários de medicina da Uerj. Ela também teve que voltar para casa porque a falta dos funcionários fez a universidade fechar a entrada principal e o balcão de informações. "Ainda bem que moro perto, mas o problema é que faltei no meu outro estágio porque queria saber como fui na prova." O Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais do Rio (Sintuperj) aprovou a greve na Uerj até o próximo dia 21, quando termina o prazo estabelecido pelo governo para o pagamento de funcionários de todas as faixas salariais. O sindicato pede o pagamento imediato dos salários atrasados de dezembro, do 13º e do adicional de férias. "Não vamos voltar ao trabalho antes de receber tudo", afirmou Claudio Fernandes, diretor do Sintuperj. No próximo dia 22, os funcionários da Uerj fazem uma nova assembléia e, no caso do não-pagamento, votam a continuidade ou não da greve.

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