Os servidores grevistas da Universidade de São Paulo (USP) decidiram nesta segunda-feira manter a paralisação, que já dura 34 dias. Em assembleia, cerca de 150 funcionários também aprovaram a realização de um novo ato na manhã desta quarta-feira, para pressionar a reitoria pela reabertura das negociações.
Segundo a diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP Neli Wada, será um "dia de luta" para a categoria. "Os trabalhadores irão resgatar a sua cidadania amanhã. Vamos fincar o pé na porta dessa reitoria para dizer ao (reitor João Grandino) Rodas que esta universidade não vai ficar sem freios", disse. Outros movimentos sindicais e populares devem participar do ato, marcado para as 8 horas.
"Amanhã será o dia D do nosso movimento", afirmou o também diretor do Sintusp Magno de Carvalho. "Não há outra saída a não ser radicalizar a greve, e isso nós vamos fazer." Os funcionários já bloquearam o acesso a sete prédios da universidade.
Ao fim da assembleia, pequenos grupos de servidores discutiam a possibilidade e viabilidade de ocupar o prédio da reitoria da USP, que está fechado pelos grevistas desde o dia 25 de maio.
Negociação
Os funcionários da USP, Unicamp e Unesp estão em greve porque, segundo eles, o governo "quebrou a isonomia" ao ter reajustado em 6% os salários dos docentes, sem estender o aumento aos servidores.
Após o início da paralisação, o Conselho dos Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) deu aumento de 6,57% aos servidores técnicos e administrativos, mas o professores também receberam o reajuste. Desde então, estão suspensas as negociações com o Fórum das Seis, entidade que reúne os sindicatos de funcionários e professores das três universidades e do Centro Paula Souza.
Na última terça-feira, uma comissão nomeada pelo reitor da USP apresentou proposta de acordo, que foi rejeitada por representantes do Sintusp. Em assembleia, os funcionários deliberaram pela radicalização do movimento.
Segundo o sindicato, a reitoria descontou os dias não trabalhados nos salários de cerca de mil funcionários, principalmente da prefeitura do câmpus e da Coordenadoria de Assistência Social (Coseas).