Secretários de Educação entregam pedidos a Cristovam

"Fazer pedidos é fácil. Antes disso, porém, é preciso saber o que estamos dispostos a criar, qual nosso programa e ver o que é possível executar", argumentou o ministro, depois da reunião. Sem comentar as reivindicações, Buarque afirmou que leria o documento

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Secretários de Estado de Educação entregaram nesta quarta-feira ao ministro Cristovam Buarque um documento com uma série de reivindicações. Entre os pedidos apresentados, a criação de critérios diferenciados para a correção do Fundef, a liberação de recursos destinados ao financiamento e à instalação de computadores na rede pública de educação. Além disso, a definição de uma política de financiamento do ensino básico, com critérios claros sobre competências e atribuições de cada esfera administrativa. "Fazer pedidos é fácil. Antes disso, porém, é preciso saber o que estamos dispostos a criar, qual nosso programa e ver o que é possível executar", argumentou o ministro, depois da reunião. Sem comentar as reivindicações, Buarque afirmou que leria o documento. Durante seu discurso aos secretários, o ministro tratou de jogar um balde de água fria nas expectativas. Disse que o governo tem uma série de metas a cumprir, nas áreas de energia e saúde, e que os problemas a serem resolvidos não se resumem à educação. "O que vai fazer com que as coisas aconteçam são políticas e os recursos disponíveis. Essas duas coisas vão depender. Se estivermos juntos, temos como superar problemas." "Já havíamos enviado ao ministério um documento com nossas preocupações", afirmou a presidente do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), Maria Auxiliadora Seabra Rezende. "Não precisamos de respostas rápidas, mas queremos participar do debate e não nos surpreendermos com um pacote pronto, que temos apenas de executar." O secretário de Educação de São Paulo, Gabriel Chalita, tem opinião semelhante. Como exemplo, ele citou a lei que obriga o ensino afro nas escolas. "É preciso dialogar, caso contrário, há um grande risco de o dispositivo nunca sair do papel", disse. Entre as discussões que não podem ser adiadas está o fundo para educação, avalia Chalita. "Não importa se é Fundef ou Fundeb", disse ele, referindo-se à proposta de Buarque de criar um fundo para o ensino básico. "Será a velha história do cobertor curto, se não forem criadas novas formas de financiamento." Maria Auxiliadora afirmou que o custo do Fundef deveria ser diferenciado, de acordo com as características das escolas. O repasse de recursos do Fust também é considerado imprescindível. "Há cerca de R$ 2 bilhões bloqueados para informatizar as escolas e a situação não se resolve", lembrou. O impasse, segundo ela, está em como essa verba será usada. "O ministro afirma que não quer gastar com equipamentos", disse. Mas ela argumenta que muitas escolas, principalmente do Nordeste, não têm computadores.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.