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Secretaria da Presidência repudia agressão a feministas na USP São Carlos

Grupo protestava contra realização de 'Miss Bixete' e, em resposta, estudantes mostraram o pênis

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Por Redação
Atualização:

A Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) da Presidência da República divulgou nota nesta segunda-feira, 4, em que repudia a agressão sofrida por um grupo de feministas na semana passada durante um trote no câmpus da USP em São Carlos.

 

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O grupo protestava contra a realização do "Miss Bixete" - espécie de concurso de beleza em que calouras têm de desfilar para veteranos. Com música, cartazes e gritos de guerra, a Frente Feminista de São Carlos queria alertar as novas alunas de que não precisavam participar daquele tipo de trote - visto como machista.

 

Em resposta, alguns veteranos começaram a xingar o grupo e pelo menos dois rapazes chegaram a tirar a roupa e simular sexo com uma boneca inflável.

Na nota, a SPM "expressa seu apoio às feministas e manifestantes agredidos no episódio do trote na USP São Carlos" e "repudia atos como este, ainda mais pelo fato de terem ocorrido no espaço de uma universidade".

 

A USP vai abrir um processo administrativo para investigar o comportamento dos veteranos que ficaram pelados e fizeram gestos obscenos para as feministas.

 

O "Miss Bixete" é organizado por um grupo autônomo de estudantes no espaço do Centro Acadêmico Armando de Salles Oliveira (CAASO). Em nota publicada há quatro anos no site da entidade já havia críticas ao evento. "Expor as calouras como 'carnes novas' aos veteranos e submetê-las às brincadeiras pejorativas é, na verdade, reduzir a mulher a um mero objeto de consumo", afirmou a direção do CAASO.

 

A direção da USP São Carlos disse, em nota, que é "veementemente contra qualquer ação que cause constrangimento". Afirmou que as atividades não fazem parte da programação da semana de recepção dos calouros. A universidade tem um "disque-trote" (0800-0121090) para receber denúncias de situações de tratamento inadequado.

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