Rivellino: Coisas que eu queria saber aos 21

"Quem tem 21 anos deve ir atrás do seu sonho. Se tiver talento e qualidade, ele pode se realizar", diz ex-jogador, tri-campeão mundial

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Por Redação
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"Aos 21 anos, estava no Corinthians, já era profissional. Iniciei minha carreira no “time de cima” em 1965, e em 1967 já tinha uma experiência na equipe profissional. Minha vida era muito boa. Levantava cedo, ia treinar e voltava para casa para almoçar. Minha mãe me esperava para o almoço. Tinha o hábito – e tenho até hoje – de só almoçar em casa. Gostava muito de comer a comida da minha mãe. Era muito certinho. Depois, tinha a tarde livre. Não era um cara da noite, porque preferia me cuidar, por causa de treino. Às 5h30, 6h estava de pé. Treinava no Corinthians, que era muito longe.

Ex-jogador de futebol Roberto Rivellino. Foto: Robson Fernandjes/Estadão

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Nós corríamos atrás de um título. Jogava às quartas e aos domingos. Eu tinha sonhos de chegar à seleção. Em 1966, tive a oportunidade de vestir a camisa da seleção brasileira em um amistoso, no Pacaembu, contra a Hungria. Podia jogar na Copa de 66, mas tinha muitos jogadores e minha meta era ser titular do Corinthians. Em 1967 ainda não tinha nada.

A minha vida na seleção começou em 1968, em uma excursão muito boa que eu fiz. Depois veio a convocação para a preparação para a Copa do Mundo e, em 1970, eu resolvi a Copa do Mundo, né? Era uma coisa que eu buscava.

Fui muito feliz na minha vida profissional e o sonho foi realizado. Se pudesse fazer tudo de novo, faria com prazer e sem arrependimentos.

Faltou apenas um sonho: ser campeão pelo Corinthians. Mas também não é tudo que você sonha que se realiza, faz parte da vida. Se todas as coisas que eu sonhasse, conseguisse, a vida não teria graça.

Se eu fosse jogador hoje, jogaria muito mais do que quando tinha 21 anos. Outro dia entrei no (estádio) Itaquerão e vi aquele campo. Fechei o olho, a bola vinha e pensei que estivesse jogando... As condições hoje são outras. No passado, eu jogava a bola, ela batia no buraco, eu a dominava e ainda saía jogando.” / Depoimento a Guilherme Soares Dias

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