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Relatório alerta que País não cumprirá metas para infância

Política atual não será suficiente para resolver problemas como subnutrição, exploração no trabalho e violência, segundo relatório

Por Agencia Estado
Atualização:

A política de governo adotada pelo Brasil não reduzirá os graves problemas enfrentados por crianças e adolescentes, entre os quais a subnutrição, a exploração no trabalho e a violência. O alerta consta de relatório feito por uma rede de 27 ONGs e entregue na terça ao ministro Nilmário Miranda, da Secretaria Especial de Direitos Humanos. Ao lado de 188 países, o Brasil é signatário do documento Um Mundo para as Crianças, patrocinado pela ONU, pelo qual se compromete a atingir 21 metas em favor dos menores de 17 anos até 2010. Conforme o relatório, das oito metas quantificáveis só três serão alcançadas e cinco são inviáveis se o País não fizer correções de rumo nas áreas econômica e social. O Brasil deixará, por exemplo, de reduzir em um terço a taxa de desnutrição entre menores de 5 anos, uma das maiores da América Latina, não conseguirá melhorar a educação nem reduzir a taxa de mortalidade materna. Por outro lado, conseguirá cumprir a meta de reduzir em um terço a mortalidade infantil. Será também possível, com o atual nível de investimentos, levar saneamento e água potável para um número maior de lares e aumentar em 50% o número de crianças matriculadas nas escolas. Nilmário disse que o relatório foi feito em cima de uma realidade de crise orçamentária do primeiro ano de governo Lula, mas garantiu que esse quadro já começou a mudar. Para alcançar as metas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, em dezembro, o plano Presidente Amigo da Criança, que prevê investimentos em favor da infância e da adolescência e a formação de uma rede de parcerias com entidades da sociedade civil. O ministro afirmou que a maioria dos dados negativos está ligada à crise econômica e ao desemprego, geradores de desagregação familiar e violência.

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