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Relator da Unesco investiga escolas fantasmas em Alagoas

Manobra visa desviar recursos do Fundef. Professor que denunciou fraude foi assassinado e prefeito, indiciado como mandante

Por Agencia Estado
Atualização:

O relator no Brasil para o Direito à Educação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Sérgio Haddad, investiga a existência de escolas fantasmas em Alagoas , criadas para fraudar os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento e Valorização do Magistério (Fundef). Dezenas destas escolas foram aprovadas pelo Conselho Estadual de Educação, durante a gestão do professor José Damasceno Lima, afastado do cargo após a denúncia. O Ministério Público Estadual investiga o caso, mas ainda não divulgou relatório conclusivo. Haddad visitou o município de Satuba, a 21 quilômetros de Maceió, onde foi assassinado no início de junho o professor Paulo Bandeira, de 42 anos. O professor foi torturado e morto depois de denunciar desvio de verbas do Fundef pela prefeitura de Satuba. O prefeito da cidade, Adalberon de Moraes, foi indiciado como mandante do crime e está preso no presídio Baldomero Cavalcante, na periferia de Maceió. A gestão de Moraes passou por uma devassa e várias irregularidades foram constatadas pelos auditores da Controladoria Geral da União. Falhas na fiscalização Em contato com a promotora pública federal Niedja Kaspary, o relator da Unesco tomou conhecimento das falhas na fiscalização dos recursos do Fundef. Ela disse a Haddad que há municípios onde praticamente não existem Conselhos Municipais de Educação e quando existem estão atrelados politicamente aos prefeitos. "Isso dá margem a muita ingerência", comentou a promotora. Ela informou que tem promovido encontros com autoridades para mediar termos de ajuste de conduta para comprometer as administrações municipais com a aplicação dos recursos.

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