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Reforma vai tratar de fundações de universidades, diz Tarso

Por Agencia Estado
Atualização:

A reforma universitária, organizada pelo Ministério da Educação (MEC), vai discutir a polêmica situação de fundações de direito privado que funcionam em universidades públicas do País. "Vamos regular a atuação dessas entidades para que não haja um processo de privatização disfarçada", disse o ministro da Educação, Tarso Genro. Segundo ele, as fundações constituem "um mal e um bem". O ministro entende que elas agilizam processos na instituição pública mas, algumas vezes, trabalham apenas em prol de convênios de interesse privado. A preocupação com o problema foi levantada durante visita do ministro à Universidade de São Paulo (USP), na segunda-feira. Debates e invasão As fundações são razão de sucessivos debates e polêmicas na instituição desde 2001, quando um grupo de estudantes invadiu a reitoria exigindo maior discussão sobre o tema. A dualidade apontada pelo ministro se reflete na comunidade universitária. Para os críticos, a captação de recursos externos feita pelas fundações leva à privatização do conhecimento, principalmente porque professores contratados pela USP trabalham nos projetos. Seus defensores vêem nelas talvez o único meio de subsistência de ensino, pesquisa e extensão. São exemplos de fundações na USP a Fundação Instituto de Administração (FIA), a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e a Fundação Vanzolini. MP investiga Desde 2002, o Ministério Público investiga - ainda sem conclusão - um outro viés da atuação das fundações: os cursos pagos de pós-graduação. Entre os cursos oferecidos por elas estão MBAs e pós-graduação latu sensu, que chegam a custar R$ 30 mil. "É pelo menos estranho que esses cursos usem o nome da USP", diz o promotor da Justiça da Cidadania Luiz Fernando Rodrigues Pinto Junior. A USP realizou no ano passado debates internos sobre a questão e, segundo a reitoria, pretende votar no dia 4 uma regulamentação para as fundações.

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