Receita é não deixar nenhum aluno para trás; leia análise

Reduzir os prejuízos da pandemia não será suficiente para mudar de patamar. Para isso, uma agenda mais ampla e ambiciosa terá de ser implementada

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Por Priscila Cruz
Atualização:

O excessivo tempo de interrupção de aulas presenciais traz impactos para a aprendizagem, especialmente para alunos em maior vulnerabilidade.

Mitigar os efeitos da pandemia na educação, principalmente na rede pública, convoca esforços para enfrentar a evasão escolar, realizar ações de acolhimento, superar lacunas de aprendizagem e promover a inclusão digital. Destaco duas estratégias, sem as quais tais esforços serão menos efetivos: ampliar a jornada escolar e processo constante de recuperação e aceleração da aprendizagem nas escolas. 

O excessivo tempo de interrupção de aulas presenciais traz impactos para a aprendizagem, especialmente para alunos em maior vulnerabilidade Foto: Daniel Teixeira/Estadão

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O modelo de ampliação de jornada escolar defendido tem como premissa o conceito de educação integral, que nada tem a ver com o antigo turno e contraturno. Mais tempo na escola viabiliza também recuperação e aceleração da aprendizagem mais intensos. Temos estudado o que explica o sucesso das redes de maior êxito no País, de Teresina a Coruripe/AL, do Ceará ao Espírito Santo. Nessas redes, chama a atenção um obstinado trabalho para não deixar nenhum aluno para trás. 

Reduzir os prejuízos da pandemia não será suficiente para mudar de patamar. Para isso, uma agenda mais ampla e ambiciosa terá de ser implementada, tendo como pressuposto o compromisso dos gestores públicos com a sociedade, famílias e alunos que vá muito além da retórica fácil.

*PRESIDENTE EXECUTIVA DA ORGANIZAÇÃO TODOS PELA EDUCAÇÃO

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