Questões sobre meio ambiente marcam 1.ª fase da Fuvest

Saída de Trump do Acordo de Paris foi um dos temas cobrados; em Língua Portuguesa, três questões abordaram livro que estreou neste ano na lista de obras obrigatórias

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Por Isabela Palhares
Atualização:
Primeira fase da Fuvest 2017, realizada no predio da Faculdade de Economia e Administração da USP Foto: Rafael Arbex / ESTADÃO

A prova da primeira fase da Fuvest, aplicada neste domingo, 26, abordou problemas ambientais e deu destaque para o livro Minha Vida de Menina, estreante na lista de obras obrigatórias do vestibular da Universidade de São Paulo (USP). Segundo coordenadores de cursinhos, a prova manteve seu estilo e o elevado grau de exigência de conhecimento dos conteúdos. Matemática foi eleita como a disciplina que exigiu mais domínio dos conceitos pelos candidatos. 

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Em Geografia, a prova tratou de assuntos como o plástico descartado inadequadamente nos oceanos, a decisão do presidente americano Donald Trump de abandonar o Acordo de Paris – esforço internacional de combate às mudanças climáticas –, a revolução verde, após as transformações ocorridas na agricultura, e o papel do Parque Indígena do Xingu para conter o desmatamento na região. 

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“A prova manteve um padrão parecido com o de anos anteriores, mas foi muito contextualizada em algumas disciplinas, como Geografia, Química e Física”, diz Célio Tasinafo, coordenador do cursinho Oficina do Estudante. Gilberto Alvarez, diretor do cursinho da Poli, comenta que o exame teve questões diretas e que exigiam domínio do conteúdo, sem margem para serem resolvidas com interpretação de texto.

“Em Língua Portuguesa, a prova focou muito em literatura. Três questões abordaram a nova obra, Minha Vida de Menina (de Helena Morley), sendo uma delas a que considero a mais difícil da disciplina, que exigia do candidato fazer uma relação com Memórias Póstumas de Brás Cubas (de Machado de Assis). Isso reforça que não adianta o aluno apenas ler os livros – é preciso entender o contexto econômico e social deles”, afirma Alvarez.

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A prova abordou oito dos nove livros da lista obrigatória. Apenas Iracema, de José de Alencar, não apareceu nas questões da primeira fase da prova. 

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Em História, os professores destacaram as questões que abordaram a ditadura no Chile e a colonização no Peru e a ausência de perguntas sobre a história recente brasileira. “A parte de História estava entre as mais difíceis da prova. Exigia uma bagagem cultural, política e de conteúdo escolar do aluno. Uma pena que só duas questões abordaram a história brasileira”, disse a coordenadora do Objetivo, Vera Lúcia da Costa 

Exatas

Segundo os professores, a prova de Matemática chamou atenção pela alta complexidade das questões e por uma mudança no tipo de conteúdo cobrado, com 30% das perguntas abordando funções e nenhuma sobre geometria analítica ou espacial – que sempre caem na primeira fase da Fuvest.

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“Algumas questões exigiram um raciocínio refinado do aluno. Entre as mais difíceis estava uma pergunta que misturava análise combinatória e geometria”, pontua Moisés Rodrigues da Silva, professor de Matemática do Cursinho da Poli. 

Vinicius Haidar, coordenador do cursinho Poliedro, destaca que a edição deste ano modificou a distribuição dos conteúdos cobrados em Exatas, mas o estilo da prova foi mantido. “A Fuvest é muito específica. Se o aluno não sabe o conteúdo, não consegue resolver. Não foi uma prova surpreendente, mas muito coerente. Vai selecionar muito bem aqueles que realmente estudaram”, afirma Haidar. 

Em Biologia, os professores destacaram os enunciados mais curtos e diretos, sem muita contextualização do conteúdo que era exigido do candidato. Genética foi um dos temas fortes da disciplina.

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