29 de maio de 2012 | 00h08
Os problemas do International Collegiate Programming Contest (ICPC) são elaborados por uma comissão de professores de Computação e ex-competidores. Na final mundial caem entre 8 e 12 questões, todas em inglês. Elas têm níveis de dificuldade diferentes e a maioria é apresentada no contexto de uma situação real. Este ano, por exemplo, os participantes deveriam criar programas de computador para aperfeiçoar rotas de avião, o trabalho de um robô aspirador de pó, o carregamento de contêineres, etc.
Nerds sem fronteiras
“O primeiro desafio é interpretar o problema para se chegar a uma expressão que possa ser resolvida com algoritmos elegantes”, diz o matemático Bill Poucher, diretor executivo do ICPC. As respostas devem ser submetidas em linguagem Java ou C/C++. A cada submissão incorreta o time é penalizado com o acréscimo de 20 minutos no tempo final.
Segundo Robert Roos, jurado do ICPC desde 1996, o objetivo é que todos os times façam ao menos um problema e que todas as questões sejam resolvidas, mas que nenhuma equipe consiga acertar tudo. Para ele, numa “boa competição”, até os melhores grupos trabalham até o último minuto.
Foi o que ocorreu em Varsóvia, onde ocorreu a final deste ano. Não adiantou Stanford ter saído na frente logo aos 15 minutos de prova, resolvendo o problema B, porque nos instantes finais a equipe anfitriã, da Universidade de Varsóvia, e os russos da Universidade Estadual de Tecnologia da Informação, Mecânica e Óptica de São Petersburgo assumiram a ponta. Detalhe: o telão fica congelado na última hora do torneio. Só as comemorações mais exaltadas indicavam o que se passava na arena. E, pelo jeito, os poloneses seriam os campeões.
Mas aí a competição acabou e, após alguns minutos de suspense, o telão voltou a ser atualizado, começando pela última equipe e em direção à primeira colocada. Pouco a pouco os grupos descobriram sua posição final no ranking. A Universidade de Varsóvia chegou a liderar a disputa, até que fosse atribuída a pontuação aos russos. Então o time de São Petersburgo pôde celebrar, porque acertou a mesma quantidade de problemas (9) que os poloneses, mas em menos tempo de prova, acrescidas as penalidades.
* O repórter viajou a convite da IBM
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