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PUC-Campinas vai apurar episódio de racismo em curso de Direito

Em rede social, estudantes compartilharam imagens de teor racista para satirizar aluno negro que defendeu colega em discussão

Por Luiz Fernando Toledo
Atualização:

SÃO PAULO - A Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) vai investigar o caso de um estudante do 1º ano de Direito que teria sofrido ofensas racistas no Facebook, na página "Direito Puc Campinas", administrada por alunos. 

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A postagem foi feita no final do mês passado na rede social. Em uma discussão sobre divisão por gênero nas aulas de futebol, um aluno negro defendeu uma estudante e foi recebido com montagens que envolviam imagens da seita racista americana Ku Klux Klan e piadas com negros. O tópico foi excluído pelos administradores da página depois da polêmica. A discussão, no entanto, foi registrada em fotos (prints) feitas por alunos que acompanharam o episódio. Os alunos negam racismo e afirmam que se tratava de uma "brincadeira". 

Em discussão em rede social, alunos enviaram imagens de teor racista para estudante negro Foto: Reprodução/Facebook

O Centro Acadêmico de Direito da universidade publicou nota em repúdio ao episódio. "Machistas, racistas, homofóbicos, não passarão! O discurso de ódio disfarçado de "piada" e "brincadeira" naturalizou, deu aval e legitimou muitas atrocidades na história da humanidade." O CA, no mesmo texto, compartilhou uma nota publicada pelo próprio estudante. De acordo com o texto do aluno, os estudantes consideravam as postagens uma "brincadeira" e não racismo.

Em discussão em rede social, alunos enviaram imagens de teor racista para estudante negro Foto: Reprodução/Facebook

"Eles brincam com a minha etnia de modo depreciativo, eles usam imagens extremamente simbólicas com a do Ku Klux Klan, eles ignoram qualquer processo histórico ou cultural, eles riem enquanto eu choro e ainda querem definir o que sofro ou não? (...) A história da minha etnia não é humor. As consequências sociais da nossa história não é um passatempo. Minha melanina não é motivo para hipersexualização. Não há graça nem humor em toda essa história e sim uma juventude problemática, hipócrita e cronicamente racista. Seu mimimi é a nossa história, seu vitimismo a nossa dor."

Em nota, a PUC-Campinas ressaltou que a única página administrada pela universidade na rede social é a "www.facebook.com/puccampinas". A instituição não confirmou se já encontrou algum aluno responsável pelas imagens ou se haverá alguma punição.

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