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Protesto anti-Enem reúne 800 alunos do Mackenzie

Manifestação bloqueou faixas da Rua da Consolação; estudantes criticam uso de exame

Por Cedê Silva
Atualização:

Centenas de alunos do Mackenzie protestaram na manhã desta quarta-feira, 21, contra a adoção do Enem pela universidade. Segundo estimativa da Polícia Militar, 800 pessoas participaram da manifestação, que bloqueou faixas da Rua da Consolação, entre 11h e 12h, no sentido Rebouças. Só uma das quatro pistas da via foi liberada para o fluxo, prejudicando o trânsito na região central de São Paulo.

 

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O Mackenzie usará as notas do Enem 2011, cujas provas foram aplicadas em 22 e 23 de outubro, para preencher parte das vagas do processo seletivo do meio de ano. A universidade diz que a adoção do exame é uma "tendência irreversível" (leia mais abaixo).

 

O ato dos estudantes foi organizado pelo DCE e pelos Centros Acadêmicos de Direito e de Arquitetura e Urbanismo. Aos colegas, o presidente do C.A. de Direito, Rodrigo Rangel, reclamou do uso do Enem. "A prova sempre aparece na imprensa ligada a escândalos e vazamentos. Não podemos deixar que o reitor, que nunca pisou no Mackenzie antes de assumir o cargo, altere o vestibular."

 

 

Os alunos gritavam hinos da universidade, como o "Louco, isso é Mackenzie", ao som de uma bateria estudantil. Diziam ainda que o Mackenzie não precisa da Reitoria, e emendavam: "Enem, não, Mackenzie é tradição".

 

O protesto começou com um apitaço nos corredores da universidade. Depois de paralisar a Consolação, os estudantes seguiram para a Rua Maria Antônia.

 

Por meio de nota, o Mackenzie diz lamentar os "transtornos causados nas ruas em decorrência de tais manifestações".

 

Vestibular

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A adoção do Enem 2011 para preencher parte das vagas do próximo vestibular tem causado polêmica entre os estudantes desde a publicação do edital do processo seletivo, no início deste mês. O documento diz que será considerado "como único instrumento de classificação e de convocação de candidatos" o desempenho na prova aplicada em 22 e 23 de outubro - exceto para os cursos de Arquitetura e Design, que também terão provas específicas.

 

As inscrições no processo seletivo estão abertas até 16 de abril. No dia 18 deverá ser divulgado o edital do vestibular convencional, para preencher as vagas restantes. Em cursos como Direito e Jornalismo, por exemplo, metade das cadeiras será oferecida via Enem.

 

Além de contestar a mudança do vestibular, alunos reclamam de "problemas de infraestrutura". Segundo Rodrigo Rangel, do C.A. de Direito, a criação de um laboratório de engenharia e de um novo banheiro já custaram algumas salas do prédio da faculdade, e, mesmo assim, uma nova turma no período matutino foi aberta no último vestibular. Um prédio novo deve ficar pronto só em 2015.

 

* Atualizada e corrigida às 13h10. Rodrigo Rangel é presidente do C.A. de Direito, não do Dafam* Atualizada às 13h15, às 13h40 e às 16h15. Nesta última, para inserir a resposta do Mackenzie

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