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Projeto reúne alunos de universidades públicas e comunidades carentes

Quatorze regiões do Brasil participam do programa Conexões de Saberes

Por Agencia Estado
Atualização:

Com o Conexões de Saberes, criado pela ONG Observatório de Favelas do Rio de Janeiro e encampado, desde 2005, pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do Ministério de Educação e Cultura (MEC), 14 regiões do Brasil assistem a uma parceria inédita. Alunos de graduação de origem popular, todos estudantes de universidades federais, funcionam como elo entre o ambiente universitário e as comunidades carentes onde residem. ?Esse é um projeto realmente apaixonante que, em 2006, foi ampliado para 31 instituições federais de ensino superior?, disse Sergio Donizetti Zorzo, professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A instituição é a primeira a receber o projeto no Estado de São Paulo. ?Vamos ter ações em nossos três campi: São Carlos, Sorocaba e Araras?, explica Zorzo, que será um dos coordenadores da iniciativa no estado paulista. Cada uma das instituições federais terá que selecionar 25 alunos de graduação, que precisarão estar cursando até o terceiro período letivo e ter disponibilidade para trabalhar 20 horas por semana. A inscrição está aberta a candidatos de origem popular e de baixa renda. Demais alunos ou docentes também podem participar das pesquisas, mas de forma voluntária. Os alunos selecionados receberão bolsas mensais no valor de R$ 300. Cada uma das universidades terá que escolher dois coordenadores locais. Em nível nacional, esse trabalho é feito por Jorge Luiz Barbosa, pró-reitor de extensão da Universidade Federal Fluminense. ?A intenção é criar um ciclo. A informação sai da universidade, vai até as comunidades populares e depois volta?, explica Zorzo. Segundo o pesquisador, as linhas de ação do programa em São Paulo serão traçadas apenas após o fim da seleção. ?Isso é algo que será decidido em comum acordo com o próprio grupo.? Criado em 2001, o Observatório de Favelas do Rio de Janeiro é coordenado por moradores ou ex-moradores de periferia que chegaram à universidade mas preservaram vínculos com os locais de origem. Segundo dados divulgados pela instituição, apenas 1% da população das favelas cariocas consegue entrar no ensino superior. No ano passado, o MEC, ao replicar a experiência do Rio de Janeiro, atingiu 350 bolsistas nos 14 estados escolhidos para o início do programa. Agora, com a nova expansão, a meta é ter 775 bolsistas. O investimento total no programa Conexão de Saberes deverá ser de R$ 5,5 milhões em 2006.

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