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Programação vira ferramenta de aprendizagem

Estudantes integram o projeto Programaê, que ensina a usar recurso em disciplinas clássicas, como português, matemática e história

Por Leon Domarco Botão
Atualização:

Trezentos estudantes da Grande São Paulo encontraram na linguagem de programação de computadores uma ferramenta de aprendizagem. Eles integram o projeto Programaê, que ensina a usar o recurso em disciplinas clássicas, como português, matemática e história. A iniciativa foi colocada em prática em abril e, em seis meses, conseguiu 2,3 milhões de acessos no site, onde profissionais de todas as áreas podem ter a primeira experiência na área digital.

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De acordo com o coordenador do Programaê, Lucas Rocha, de 26 anos, o objetivo principal é mostrar às pessoas, sobretudo aos estudantes, que a tecnologia pode e deve ser controlada pelo ser humano. “O jovem deve usar a programação para aprender - e não apenas aprender a programar”, afirma Rocha. Ele diz que são duas as frentes principais de trabalho: levar a programação para salas de aula e proporcionar a experiência online e gratuita por meio do site www.programae.org.br.

O Programaê já está sendo aplicado em seis projetos na Grande São Paulo e, a partir de 2015, deve ser usado também em escolas, segundo o coordenador. Nas escolas, haverá planos de aula para que os educadores apliquem a programação em várias áreas, também de forma gratuita. “O desafio de criar aplicativos para aprendizado faz o professor conseguir prender a atenção dos alunos”, explica Rocha

No distrito de São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, jovens de 16 a 20 anos utilizam o Programaê no Instituto Tide Setubal. Há dois meses, produzem um aplicativo de celular para auxiliar nos projetos de comunicação comunitária que eles desenvolvem fora do horário da escola regular.

Segundo o participante do projeto Rodrigo Hermógenes Batista, de 18, o grupo planeja conscientizar estudantes do bairro sobre a importância cultural do funk. “Faremos um aplicativo com um quiz sobre o ritmo e sua história, além de um concurso de letras com temática social. A melhor letra será escolhida em uma votação feita por meio do aplicativo”, explica o jovem, que sonha em trabalhar com tecnologia quando terminar o ensino médio.

“Quero cursar engenharia mecânica e sei que tudo que aprendi aqui será muito útil na vida profissional”, afirma Batista. Ele defende que a programação é interessante para todos os profissionais. “Hoje o mundo gira em torno da tecnologia. Até professores de matemática e português podem usar esses recursos, com a criação de uma calculadora, ou um corretor ortográfico automático, por exemplo.” 

De acordo com Tiago Maluta, consultor do Programaê, a programação como ferramenta de ensino dá aos alunos uma nova linguagem, que pode ser comparada a um idioma. “Por conhecer a linguagem universal da programação, agora me sinto mais preparado”, concorda o aluno Batista

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Na análise do doutorando em Engenharia da Computação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Samuel Henrique Buck Brito, o ensino de programação a estudantes desenvolve a parte cognitiva e lógica. “Essa linguagem permite que eles encarem problemas de maneira mais estruturada e padronizada, ou seja, formalizando o que é questionado antes de buscar uma solução”, explica. “Todas as áreas podem ganhar com a programação, mas é preciso um critério pedagógico na aplicação, assim como para todos os recursos tecnológicos que são levados à sala de aula. Não se pode esquecer de alguns métodos clássicos de ensino, mas é preciso inovar com responsabilidade.”

Da esquerda para a direita: Leon Domarco Botão (Unimep), Rafaela Tavares Kawasaki (Unitoledo), Marcos Madureira, vice-presidente executivo de Comunicação, Marketing, Relações Institucionais e Sustentabilidade do Santander Brasil, Natasha Kawanishi Mazzaro (PUC-SP), Ricardo Rossetto, Juliana Verri Ribeiro (Unitau), Lucas Gabriel Santiago Rangel (Faat), Roberto Gazzi, diretor de Desenvolvimento Editorial do Grupo Estado, e Ricardo Gandour, diretor de Conteúdo do Grupo Estado. Foto: SERGIO CASTRO/ESTADÃO

Aluno da Unimep, Leon Domarco Botão foi finalista do 9º Prêmio Santander Jovem Jornalista

A fase final e a cerimônia de premiação ocorreram na segunda-feira, na sede do banco, com a participação dos diretores de Conteúdo e Desenvolvimento Editorial do Grupo Estado, Ricardo Gandour e Roberto Gazzi, respectivamente, e de Marcos Madureira, vice-presidente executivo de Comunicação, Marketing, Relações Institucionais e Sustentabilidade do Santander Brasil.Rossetto e os outros cinco universitários finalistas - Leon Domarco Botão (Unimep), Rafaela Tavares Kawasaki (Unitoledo), Natasha Kawanishi Mazzaro (PUC-SP), Juliana Verri Ribeiro (Unitau) e Lucas Gabriel Santiago Rangel (Faat) - receberam laptops e garantiram a publicação de suas matérias. A reportagem do vencedor também está hoje no jornal O Estado de S. Paulo. 

Confira os textos de todos os finalistas: 

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