Programa também valerá para Fatecs e Etecs

Objetivo é fazer com que todos os cursos e unidades tenham índice de 50% dos alunos oriundos da rede pública

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Por Paulo Saldaña e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

As Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e também as Escolas Técnicas (Etecs) de São Paulo farão parte do Pimesp, programa de cotas do Estado. Nessas unidades, cuja responsabilidade é do Centro Paula Souza, já são registrados índices superiores aos 50% de alunos oriundos de escola pública previstos pelo programa. No entanto, o objetivo é chegar a esse equacionamento em todos os cursos e unidades, o que ainda não ocorre.

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Além disso, o programa terá impacto crucial na inclusão de pretos, pardos e indígenas. O programa vai estabelecer o respeito nas matrículas do porcentual desse grupo correspondente à proporção deles na população segundo o Censo Demográfico do IBGE, que é de 35%.

Dos 22.538 alunos matriculados este ano nas 56 Fatecs, 5.355 são afrodescendentes - o equivalente a 23%. Os alunos oriundos de escola pública somam 16.853, o que representa 75% do total. No geral, essa proporção é de 77%. A instituição aplica desde 2006 uma política que concede bônus de 10% para estudantes da rede pública e 3% aos afrodescendentes (somando até 13%).

Cursos disputados. A diferença a ser atingida pelo programa diz respeito a cursos e turnos em que o número de matriculados ainda não atinge a porcentagem proposta, o que ocorre especialmente em cursos e unidades mais disputados. Cursos como Logística, em algumas Fatecs, e Análise de Desenvolvimento de Sistemas, por exemplo - esse último, com uma concorrência de 18 candidatos por vaga -, não registram a proporção que o programa pretende impor.

Nas Fatecs, serão reservadas vagas para alunos provenientes dos cursos superiores sequenciais de dois anos de duração, os colleges (colégios comunitários). A diferença é que, para as Fatecs, o college poderá ser realizado em um ano, e não em dois, como será nas três universidades paulistas.

O Estado apurou que o Centro Paula Souza já fez as contas e sabe quantos alunos deve incluir: 408. Já existe o mapeamento exato das unidades e cursos em que a política deve mudar o panorama de matrículas.

Ensino médio. As Etecs, de ensino médio, não vão ficar de fora do programa estadual. No geral, as 210 unidades de escolas técnicas ligadas ao Centro Paula Souza têm quase 80% de alunos de escolas públicas. Mas há distorções tanto para a participação da população negra e de indígenas, como em unidades em que o vestibulinho é mais concorrido.

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É o caso da Escola Técnica Estadual de São Paulo (Etesp), no centro da capital paulista. Praticamente todos os alunos da escola cursaram o ensino fundamental em escola particular. A Etesp aparece no topo da lista das públicas paulistas com melhor pontuação média no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011. Em entrevista no dia da divulgação do resultado, o diretor da escola, Nivaldo Santos Freire, atribui o resultado em parte ao perfil dos ingressantes. “Temos um vestibulinho acirrado, por isso temos excelentes alunos”, disse na ocasião.

No Enem, a nota média das escolas técnicas é 6,7% maior que a registrada nas escolas públicas normais de São Paulo. Uma diferença de 38 pontos.

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