‘Programa será baseado em mérito’, diz Dilma

Presidente afirma que o critério do programa Ciência sem Fronteiras não exclui camadas mais humildes

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Por Leonencio Nossa
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Ao lançar o programa Ciência sem Fronteiras, a presidente Dilma Rousseff afirmou hoje que o foco do governo na educação será na área de ciências exatas. Em reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Dilma disse que a meta não é diminuir a atenção na formação de profissionais na área de humanas, mas dar um salto, especialmente na formação de engenheiros. "O Brasil precisa dar um salto em inovação, ciência e tecnologia", disse a presidente.

 

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Antes do discurso, a presidente ouviu conselheiros reclamarem que o programa Ciência sem Fronteiras, que pretende conceder 75 mil bolsas para brasileiros estudantes e pesquisadores em universidades no exterior, excluirá jovens das camadas mais pobres, que não têm acesso a curso de línguas e uma boa formação secundarista. Dilma disse que o mérito será o critério determinante e que esse critério não exclui camadas mais humildes. Ela afirmou que programas como o ProUni e o de seleção Sisu beneficiam hoje um público de 124 mil estudantes pobres e estes alunos terão condições no critério do mérito de obter bolsas no exterior.

 

Dilma observou que o crescimento econômico nos últimos oito anos criou gargalos na área de infraestrutura e hoje profissionais de engenharia e mesmo de ciências biológicas estão em falta no mercado de trabalho. "Hoje, nós não precisamos apenas de engenheiros nas tesourarias dos bancos, mas para fazer projetos, trabalhar na infraestrutura e na área de pesquisa", acrescentou, no discurso.

A presidente disse que o programa Ciência sem Fronteiras não pretende formar "automaticamente" pesquisadores. "Não pretendemos formar 75 mil cientistas individuais ou 75 mil Einsteins, mas a base do pensamento do país. Que estes estudantes voltem e transformem com sua capacidade e com sua formação o conhecimento e a inovação do país", acrescentou.  

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