
27 de maio de 2014 | 21h06
SÃO PAULO - Os professores da rede municipal de São Paulo, em greve desde o dia 23 de abril, fizeram na tarde desta terça-feira, 27, mais uma passeata desde a Avenida Paulista até a Prefeitura, no centro. Eles reivindicam melhorias nas condições de trabalho e na carreira, mas a principal reivindicação é a incorporação ao salário de um bônus de 15,38% anunciado pela Prefeitura para quem recebe o piso salarial. Os professores decidiram manter a paralisação e marcaram nova manifestação para sexta-feira na frente da sede do Executivo municipal.
O governo só aceita começar a discutir incorporação no ano que vem. Os vereadores previam votar nesta quarta-feira, 28, o projeto de lei do abono, que não prevê data para inclusão no salário. A bonificação será retroativa a maio.
A Prefeitura entende que os 13,43% de reajuste anunciados neste ano para todos os funcionários da Educação municipal representam um aumento real e um esforço orçamentário que chegou no limite. Os grevistas argumentam que o índice faz parte de direito já conquistado em 2011 - esse reajuste estava previsto em lei editada na gestão de Gilberto Kassab (PSD).
O frio de 15ºC e a garoa fina não foram empecilhos para a manifestação. A professora Joana de Oliveira Puga, de 41 anos, disse ter deixado dois filhos pequenos em casa para participar do ato. "Vim andando da Paulista até aqui, debaixo de chuva. E se precisar vou vir quantos dias for preciso. Essa Prefeitura tem de ter vergonha na cara com os professores e dar um aumento que pelo menos reponha a inflação dos últimos três anos."
Para a gestão Haddad, a greve tem articulação do PPS, partido de oposição ao governo petista e que comanda o Sindicato dos Servidores Municipais dos Professores (Sinpeem). O sindicato nega caráter político ao movimento.
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