Professores da rede municipal de SP marcam nova manifestação na sexta

Profissionais da Educação municipal estão em greve desde o dia 23 de abril

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Por Barbara Ferreira Santos
Atualização:

Em greve desde 23 de abril, os professores e servidores da educação municipal de São Paulo fizeram uma manifestação nesta terça-feira, 20, da Avenida Paulista à sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá, no centro. Os profissionais pedem reajuste de salário e melhorias na carreira e condições de trabalho. O ato colaborou com o dia de caos provocado por protesto de motoristas de ônibus. A próxima assembleia ocorre na sexta-feira, às 14 horas, em frente à Prefeitura.

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Segundo o Sinpeem, sindicato que lidera o movimento, a manifestação teve 15 mil pessoas e a greve chegou a 65% das escolas – parcial ou totalmente. A Polícia Militar fala em 1,5 mil manifestantes.

O ato começou por volta das 15h40, no vão livre do Masp, fechou o sentido Consolação da Avenida Paulista e o sentido centro da Rua da Consolação. Os grevistas chegaram às 17h40 na Prefeitura. A manifestação foi pacífica. A categoria decidiu manter a greve.

Os professores reivindicam que o abono salarial anunciado pela Prefeitura de 15,38% para quem recebe o piso salarial seja incorporado imediatamente ou que seja definida uma data. A Prefeitura concorda com a incorporação, mas defende que por questões orçamentárias só definirá no ano que vem quando e como será feita.

Todos os servidores da educação já receberam neste ano 13,43% de reajuste. Com o reajuste e abono, o piso do professor chegou a R$ 3 mil. Os sindicalistas ponderam que o porcentual estava previsto em lei da gestão passada e não pode ser visto como uma realização da atual gestão.

Para o presidente do Sinpeem, Claudio Fonseca, a definição deve ocorrer ainda neste ano. “O governo diz que esse reajuste só acontecerá a partir do ano que vem, mas não dá data. Queremos que seja neste ano ainda”. O sindicato afirma ainda que apresentou uma pauta de reivindicações com 205 demandas, mas que o governo só respondeu a três delas relativas a assuntos econômicos. A pauta inclui a segurança dos profissionais, a infraestrutura e organização das escolas, a superlotação das salas, a presença do professor auxiliar para os alunos especiais, a necessidade de se construir mais escolas.

De acordo com uma professora que não quis se identificar com medo de represálias, falta segurança nas escolas e o número de alunos por sala é alto - a quantidade chega a mais de 30. “Não há segurança, por exemplo. Quem fica na portaria é algum profissional que sai da sua função para cuidar da entrada e saída dos alunos”, disse.

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O secretário Cesar Callegari defendeu que a incorporação vai acontecer a partir do ano que vem, “nos limites das possibilidades” da cidade. “Precisamos ver as condições da Prefeitura no ano que vem e vamos começar a incorporação”, diz ele. “Precisamos que os professores e profissionais respeitem os alunos, não podemos nos conformar que crianças sejam prejudicadas neste momento.” A prefeitura critica o fato de o Sinpeem puxar a greve durante as negociações.

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