
20 de março de 2015 | 16h28
Atualizada às 21h26
SÃO PAULO - Os professores da rede estadual de São Paulo aprovaram, na tarde desta sexta-feira, 20, a manutenção da greve que teve início na segunda-feira. Sob chuva intensa, os docentes tomaram a decisão em assembleia no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, região central da capital.
Ato contra a crise da água fecha a Paulista
Após a assembleia, que reuniu cerca de 5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, e 40 mil, segundo o Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp), eles seguiram em passeata até a Praça da República. Por volta das 16h25, o ato chegou à Rua da Consolação, interditando o sentido centro.
Parte dos comerciantes preferiu fechar as portas, o que causou reação da presidente do sindicato, Izabel Noronha. “Nunca houve nenhuma depredação em nossas marchas. Aqui estão educadores, professores, alunos e diretores”, disse.
Diversos ônibus de cidades do interior deixaram os grevistas em áreas próximas ao local. A principal reivindicação dos professores é aumento de 75,33% no salário, para equiparação com outras carreiras com ensino superior.
Na Paulista, cerca de 250 pessoas também participam de outro ato, contra a crise da água.
O governo estadual alega que o salário dos docentes, de R$ 2.415,89, é 25% superior ao piso nacional, de R$ 1.917,78.
Os professores também têm reclamado de superlotação nas salas de aula, falta de materiais de limpeza, de água e até de papel higiênico. “O diretor é que, às vezes, tira do próprio bolso para comprar”, contou a professora Rose Cucci, de 44 anos, que trabalha na Escola Estadual Walfredo Arantes Caldas, zona leste da capital.
Adesão. A Apeoesp estima que 137,5 mil professores estejam em greve - 59% da rede. Em nota, a Secretaria Estadual da Educação informou que, “na semana, entre os dias 13 e 19 de março, a média de comparecimento dos professores nas escolas estaduais ficou em 96%”. De acordo com a subsecretária de Articulação Regional da pasta, Raquel Volpato, as faltas pontuais “estão sendo repostas por meio de um banco de 35 mil professores substitutos”.
A secretaria informou também que “mantém uma comissão paritária, formada por representantes do governo, sindicatos e outras entidades profissionais, para discutir a carreira do magistério paulista”.
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