Professor dá aulas usando o Periscope

Especializado em tecnologias da educação, profissional viu na ferramenta uma boa oportunidade no campo pedagógico

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Por Matheus Nobre
Atualização:

Aproximar a tecnologia das salas de aula sempre foi uma missão para o professor de português Rogerio Nóboa, de Teresópolis (RJ). Por isso, quando foi apresentado por uma amiga à ferramenta de vídeo Periscope, decidiu não perder tempo. Surgiam ali as Scopeclasses, aulas transmitidas no aplicativo gratuito que virou febre entre os jovens, apesar do pouco tempo de existência. 

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A adesão foi imediata desde a primeira aula, que falava sobre os possíveis temas de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Nada menos que 400 alunos acompanharam ao vivo. Fora os que assistiram ao vídeo nas 24 horas seguintes, período em que o material fica disponível na função replay da ferramenta. Quando a terceira aula foi transmitida, as Scopeclasses já contavam com mais de 58 mil likes, vindos de estudantes de Estados como Paraíba e Rio Grande do Sul.

Nóboa costuma brincar com a ideia por trás do Periscope, a de ver o mundo pelos olhos de outra pessoa, para explicar seu trabalho. "Como meus olhos usam lentes da educação, resolvi aproveitar o engajamento natural que as pessoas têm no aplicativo para inserir a questão educacional." 

O professor, que trabalha há 15 anos na área da educação, agora pretende ampliar a experiência. Além de tirar dúvidas sobre redação e língua portuguesa no Enem, vai fazer aulas para ajudar os estudantes em outros vestibulares e até em concursos. Para ele, a cada nova transmissão, a experiência se torna mais extraordinária. "O alcance está aumentando, os espectadores compreendendo melhor o propósito da ScopeClass, sem perder o espaço da brincadeira e da diversão." 

De acordo com Nóboa, os professores têm de pensar e repensar suas estratégias de ensino permanentemente, para que seja construída uma ponte entre a realidade do educador e do aluno. "A dinâmica de aprendizagem e assimilação da realidade da criança e do jovem está a cada dia diferente e adaptada a este mundo de tecnologia."

Aluna de um curso pré-vestibular na zona norte do Rio, Mariana Gioia, de 19 anos, é uma das que aprovam o uso de novas ferramentas em sala de aula. "Muitos professores meus já entenderam a importância da tecnologia e nos oferecem diversos suportes para termos um aprendizado melhor", diz a estudante, que pretende garantir uma vaga em Engenharia. "Acho válido que eles sejam cada vez mais criativos." Para ela, é necessário entender que os alunos de hoje não são iguais aos de outros tempos. 

O mesmo celular que provoca distração durante as aulas - fenômeno que Mariana já viu ocorrer inúmeras vezes - pode ser usado como suporte para fins educativos, como nas transmissões de Nóboa. O aparelho foi o mais utilizado por jovens para acessar a internet, segundo pesquisarealizada em julho pelo Comitê Gestor da Internet. A maioria dos entrevistados (82%) usou o celular principalmente para acessar as redes sociais. 

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Matheus Nobre foi finalista do 10º Prêmio Santander Jovem Jornalista

Finalistas do 10º Prêmio Santander Jovem Jornalista (esq. p/ dir.): Felipe Magalhães (Universidade Federal Fluminense), Vinicius Coimbra (Universidade de Paso Fundo), Luís Guilherme Julião (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Matheus Nobre (Ibmec/RJ), Sara Abdo (PUC-SP) e Luíza Caricati (Mackenzie). Foto: ESTADÃO

A fase final e a cerimônia de premiação ocorreram na segunda-feira, 7, na sede do banco, com a participação dos diretores de Conteúdo e Desenvolvimento Editorial do Grupo Estado, Ricardo Gandour e Roberto Gazzi, respectivamente, e de Clau Duarte, Superintendente Executiva de Comunicação Externa do Santander. Os finalistas receberam laptops e garantiram a publicação de suas matérias.