O presidente da Microcamp, Eloy Tuffi, afirmou ontem ter apurado que nenhuma unidade da rede ligou para estudantes dizendo ser da ONG Educa São Paulo.
O presidente da Educa São Paulo, Devanir Amâncio, denunciou que o nome de sua entidade estava sendo usado pela rede de escolas de informática e idiomas para oferecer bolsas de estudo. Ao fazer a matrícula na Microcamp, porém, o contemplado era avisado de que a bolsa era parcial e deveria desembolsar, em média, R$ 300 pelo curso.
Tuffi informou ter recebido uma denúncia semelhante, mas, nesse caso, o endereço informado era de uma outra escola. Segundo ele, a vítima fez confusão entre os nomes das empresas.
O presidente da Microcamp também esclareceu que o site www.educasaopaulo.com.br foi feito por um professor da Microcamp em Campinas, mas não tem relação oficial com a rede de escolas. "O professor fez um projeto e oferece cursos gratuitos por conta dele", afirmou. O site fornecia o endereço de uma das unidades da Microcamp.
Como o Estado adiantou ontem, Amâncio protocolou na Câmara Municipal de São Paulo um pedido de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a venda de cursos da Microcamp. O trabalho principal da Educa São Paulo é a criação de bibliotecas comunitárias para populações carentes.
Em fevereiro, o Instituto de Defesa do Consumidor denunciou que, nos contratos da Microcamp, 80% do valor era referente à compra do material didático. Dessa forma, se o aluno desiste do curso no meio, tem de pagar as parcelas quase integrais até o fim para quitar o material. A empresa afirmou que está dentro da lei. Em um ano, o Procon de São Paulo recebeu mais de 500 queixas contra a rede.