O presidente da Câmara, João Paulo Cunha, defendeu a distribuição de camisinhas nas escolas, nesta terça-feira, durante reinstalação da Frente Parlamentar de Combate e Prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids. "É melhor fazer uma campanha organizada do que deixar pessoas que não sabem tratar do assunto levar informação aos nossos filhos." A idéia é polêmica: tem o apoio de organizações não-governamentais (ONGs) de luta contra a aids, mas não o da Igreja. "A Igreja é contrária porque entende que a distribuição de preservativos nas escolas favorece a liberação do sexo em idade precoce", explicou d. Pedro Luiz Stringhini, um dos bispos auxiliares de São Paulo. As ONGs de combate à aids afirmam que a distribuição de camisinhas nas escolas é uma ação estratégia na prevenção das doenças sexualmente transmissíveis. "Não é só oferecer o preservativo, a medida deve estar inserida em programas de educação sexual", disse Mário Scheffer, do Grupo pela Vidda. Cunha afirmou que as críticas à campanha, feitas por conservadores e pela Igreja, têm deixado deputados "indignados e abatidos". O ministro da Saúde, Humberto Costa, que também esteve no evento, lamentou que haja pessoas tratando de "forma caricatural" o programa, lançado em parceria pelos Ministérios da Saúde e da Educação. "O objetivo não é só fazer distribuição de camisinha, nem estimular jovens a praticar sexo cada vez mais cedo", garantiu o ministro. Entre 70% e 80% dos jovens brasileiros entre 15 e 17 anos já têm vida sexual ativa e 35% praticam sexo desde os 14 anos, informou Costa. "Não vamos negar proteção a esses jovens", disse o ministro. (Colaborou Luciana Miranda)