Presencial, híbrido e EAD: tem cursos para todos os gostos

Cada modalidade tem sua vantagem; decisão deve considerar perfil e momento de vida

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Por Ocimara Balmant e Alex Gomes
Atualização:

Que sala de aula é melhor? Dentro de quatro paredes, por meio de uma tela ou com os dois elementos? Cursos presenciais, a distância e híbridos são as opções para quem deseja fazer uma graduação atualmente. A diferença entre esses formatos envolve os processos de produção, gestão, desenvolvimento e avaliação do conteúdo.

Escolher por um ou outro depende do momento de vida e dos objetivos de cada pessoa. As formações presenciais são aquelas com maior capacidade de proporcionar experiências imersivas. Além dos ambientes - como laboratórios e salas temáticas -, elementos humanos como gestos, olhares, empatia e o estar frente a frente enriquecem a vivência acadêmica.

Aulas no câmpus – de antes da pandemia (na foto, Unicamp) – viraram remotas; tendência agora é juntar os dois. Foto: Antonio Scarpinetti/ SEC UNICAMP

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“Os cursos presenciais são exclusivos. Aulas únicas que não se repetem, planejadas e executadas pelos docentes das distintas disciplinas. Os professores realizam essas ações de forma artesanal. Uma aula nunca é igual a outra, ainda que o tema e o próprio planejamento de atividades sejam os mesmos. Os ambientes físicos e o clima vivencial de cada turma modelam a aula”, diz Vani Moreira Kenski, professora colaboradora e pesquisadora no programa de pós-graduação em Educação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).

Já os cursos a distância são marcados por acessibilidade e gestão do tempo. Eles potencializam a transmissão de conhecimentos e saberes e permitem a flexibilização do processo de estudo, que pode ocorrer quando for adequado para cada aluno. 

É o tipo de modalidade indicada para quem trabalha em tempo integral e com expediente que pode se estender ou incluir viagens, e também facilita o acesso ao conhecimento àqueles que residem em uma cidade diferente daquela em que o curso é oferecido presencialmente. Mas, além de tudo, o formato tem sido uma opção para quem prefere estudar sozinho. 

Há um estímulo à autonomia dos estudantes na educação a distância. Os alunos devem ser disciplinados para administrar seu tempo e sua forma de estudo. Frente ao mercado de trabalho atual, esse protagonismo é uma vantagem importante, que pode fazer diferença na colocação profissional. 

“No EAD, não há lugar para improvisos. Todas as disciplinas são produzidas e validadas em equipes. Demandam trabalho coletivo de semanas, meses, antes que determinada aula seja oferecida aos alunos. Existe transparência no processo, que é trabalhado por muitas pessoas e pode ser visto a qualquer instante nos ambientes dos cursos”, diz Vani.

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Por fim, os cursos híbridos têm o potencial para ser o que se denomina “melhor de dois mundos”, por oferecem tanto a comodidade do estudo remoto como a imersão e o aprendizado prático de atividades presenciais. A aposta dos especialistas é de que eles sejam tendência no mundo pós-pandemia

Para que seja eficaz, no entanto, o ensino híbrido tem uma missão não tão fácil: explorar, com equilíbrio, as potencialidades dos dois ambientes e mesclá-los de forma que o estudante seja o grande beneficiado. “Nos cursos híbridos, a melhor relação se dá quando as informações teóricas, os fundamentos de uma disciplina ou de uma determinada teoria são trabalhados a distância, antes da prática. Os estudantes seguem para as atividades presenciais já conhecedores dos princípios que regem determinadas ações. Quando o estudante entra em campo, ele já conhece todas as normas do jogo.”

Todo cidadão

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Independentemente do formato, o momento atual requer o desenvolvimento de habilidades e competências adequadas às dinâmicas da vida moderna e às transformações cada vez mais rápidas motivadas por tecnologias. São as chamadas “soft skills”, conteúdos essenciais em quaisquer currículos acadêmicos e que consistem em competências relacionadas ao desenvolvimento do próprio estudante como pessoa em constante mudança: autoconhecimento, resiliência, proatividade para aprender coisas novas e capacidade de se reinventar e inovar.

“Ser um bom profissional é muito importante, e a graduação precisa estar comprometida com essa formação. Mas ser uma pessoa autônoma, que saiba superar desafios e se reinventar muitas vezes. É a formação mais do que necessária na atualidade”, explica a pesquisadora da USP. 

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