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Prêmio destaca dez projetos inovadores em educação

Circo adaptado a aluno com deficiência foi um dos vencedores do Educador Nota 10, da Fundação Victor Civita

Por Mariana Mandelli
Atualização:

Encontrar boas práticas em sala de aula, que inspirem os alunos e também sirvam de referência para outros professores pode parecer uma missão um tanto quanto complicada num sistema educacional historicamente defasado, como o brasileiro. A Fundação Victor Civita, no entanto, vem revelando, há 15 anos, que esse não é um desafio impossível.

 

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O Prêmio Educador Nota 10, promovido pela entidade, destaca anualmente os dez melhores projetos pedagógicos do País, desenvolvidos em turmas da pré-escola ao fim do ensino fundamental. A ideia é premiar docentes que tenham demonstrado práticas inovadoras ao lidar com os temas abordados em classe.

 

Para avaliar o projeto, uma equipe de especialistas leva em conta o diagnóstico prévio da turma, detalhando o que as crianças já sabiam antes da introdução do assunto de determinada disciplina. O registro do desenvolvimento dos alunos no decorrer do processo e a avaliação do aprendizado também contam.

 

A edição 2011 teve cerca de 3 mil projetos inscritos, que foram analisados durante dois meses e meio. Entre os prêmios, estão R$ 15 mil para cada educador.

 

“Existem muitos bons professores e não se vê o trabalho deles. Temos de mostrar isso para que a categoria também se sinta contemplada”, afirma Angela Dannemann, diretora executiva da Fundação Victor Civita.

 

Para a grande vencedora de 2011 – que, além do dinheiro, ganhou uma pós-graduação –, Fernanda de Paula, professora de educação física, a motivação reside simplesmente em gostar do que faz. “O que me deixa feliz é ver os meus resultados em cada uma das crianças”, conta ela, que levou atividades de circo para as aulas de uma turma que têm alunos com deficiência.

 

O gosto por compartilhar conteúdos é outro segredo dos premiados. “O conhecimento não fica em você – ele tem de ser compartilhado”, afirma o professor de música Roberto Schkolnick, um dos vencedores do prêmio. O professor de matemática Edson Thó Rodrigues, de João Pessoa (PB), concorda: “Passar conhecimento é mostrar caminhos. De certa forma, a gente está salvando vidas.”

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Veja abaixo um resumo dos dez projetos premiados:

 

 

Inclusão com circo

 

A professora Fernanda de Paula, de Belo Horizonte (MG), levou as atividades circenses para a aula. Ela trabalhou o aspecto cultural e desafiou os alunos a conhecerem seus limites corporais com atividades que envolveram toda a turma e foram adaptadas para as crianças com deficiência.

 

 

O centenário de Adoniran Barbosa

 

O professor de música Roberto Schkolnick levou às crianças da educação infantil de uma escola particular de São Paulo o universo do pai do samba paulista. Assim, por meio de registros dos sons das músicas, ele ampliou o repertório dos seus alunos.

 

 

Investigando simetrias

 

Com espelhos e caleidoscópios, o professor de matemática Edson Thó Rodrigues, de João Pessoa (PB), ensinou a duas turmas do 9º ano as noções de simetria. Antes, ele realizou um pré-teste com os alunos, para identificar o conhecimento prévio deles sobre o tema.

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O cotidiano da sociedade mineradora

 

Os alunos do 3º ano de uma escola municipal de Catas Altas (MG) aprenderam, com Elaine de Paula, a história local – e do Brasil do século 18 – por meio do estudo de objetos antigos. Eles entrevistaram familiares e levaram alguns utensílios para a sala de aula.

 

Documentando a cidade

 

Para estudar a função comercial de Teresina (PI) no passado e no presente, o professor de geografia Luís Carlos Rodrigues desenvolveu um documentário em vídeo com o 9º ano de uma escola municipal da cidade. Antes, os estudantes pesquisaram o tema em diversas fontes, como textos, imagens e questionários.

 

Quem foi Carlos Chagas?

 

Com o objetivo de desmistificar a imagem do cientista e apresentar o trabalho de Carlos Chagas, a professora Flávia Lima orientou uma turma de 5º ano a refazer a pesquisa do brasileiro que descobriu o mal de Chagas. Assim, os alunos da escola federal de Goiânia (GO) onde ela leciona tiveram noções de raciocínio científico.

 

Novos contos de fadas

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Em Itapoá (SC), Cátia Nicolachik fez com que seus alunos do 1º ano do ensino fundamental reescrevessem a história de Chapeuzinho Vermelho, com o objetivo de trabalhar novos gêneros e desenvolver a escrita e a leitura da turma. Ela levou à sala de aula um repertório que contava com os irmãos Grimm, Charles Perrault e Guimarães Rosa.

 

Textos informativos

 

A elaboração de um folheto sobre animais em extinção para ser distribuído na Secretaria Municipal do Meio Ambiente foi o mote do projeto de Adriana Oliveira, de Ibitiara (BA). Em uma sala multisseriada, com alunos entre 5 e 10 anos, ela tinha como objetivo alfabetizar os menores e desenvolver ainda mais as habilidades de leitura e escrita dos demais.

 

Cálculos memorizados

 

O 2º ano de uma escola municipal de Ariquemes (RO) ampliou, com a professora de matemática Lucimar de Lima, o repertório de cálculos que conhecia de memória. Ela ajudou a turma a sistematizar o repertório de operações e, em pouco tempo, as crianças estavam utilizando procedimentos de cálculo mental para resolver contas mais complexas.

 

Medindo a superfície

 

Para dar aos seus alunos de uma escola municipal de Joinville (SC) a noção de área, Célia Maria Batista mostrou, na prática, o que é um metro quadrado. A turma de 6º ano conseguiu aprender os conceitos por meio de atividades simples, como a construção de um quadrado de 1 metro de lado com jornais e revistas.

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