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Prefeitura de SP usa verbas de novas escolas para equipar telecentros

Dos R$ 6,6 milhões que vão custear computadores em telecentros, R$ 4,45 milhões seriam usados para construção de seis escolas na periferia

Por Agencia Estado
Atualização:

O dinheiro que seria usado para a construção de seis escolas no município de São Paulo vai virar computador para os telecentros. A prefeita Marta Suplicy (PT) autorizou nesta semana o remanejamento de uma verba de R$ 4,45 milhões que estava prevista para a construção de escolas na periferia da cidade para ser usada na operação, manutenção, pagamento de salários e compra de equipamentos - entre eles computadores - para os telecentros. O remanejamento não é total, mas ultrapassa R$ 1 milhão nas EMEFs Guaianases e Jardim Britânia e chega perto disso na EMEF Vila Císper. "É um procedimento normal remanejar recursos entre as secretarias. Não há nada de extraordinário", defendeu Enéas Rodrigues, chefe de gabinete da Secretaria de Educação. Ainda não licitadas "Remanejamos parte dos recursos de escolas que estão previstas para construção e que não foram licitadas ainda", explica. Segundo Rodrigues, a secretaria está tentando viabilizar terrenos e projetos para a licitação dessas escolas, cujas construções devem ser adiadas para o orçamento de 2004. "Mantivemos parte do recurso para garantir a licitação e deixar a construção para o ano que vem." Rodrigues garante que a população não será prejudicada. E alega que a secretaria deve entregar 21 Centros de Educação Unificados (CEUs) ainda nesse ano. A verba total remanejada para os telecentros foi de R$ 6,6 milhões, dos quais R$ 4,45 milhões vieram da Secretaria de Educação. Pais reclamam A medida não agradou à presidente da Associação de Pais e Alunos das Escolas de São Paulo (Apaesp). Hebe Tollosa considera irregular o remanejamento para manter os centros de informática - serão 107 telecentros até o final do ano. "O dinheiro da educação tem que estar prioritariamente dentro de sala de aula. Toda a cena que se cria em torno da construção de piscinas e centros de informática são obras políticas que não atendem ao que é prioridade, que é a criança dentro da escola", diz ela.

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